Rajadas de vento destelham casas, destroem aviário e danificam galpões

15

Prejuízos foram registrados em Treviso, Lauro Müller, Siderópolis e regiões próximas a encosta da Serra

Os fenômenos climáticos estão jogando roleta de rifa com as cidades da região Sul. Agora, com a tempestade Yakecan, a população mais atingida foi a das cidades de Treviso, Lauro Müller, Siderópolis e regiões próximas a encosta da Serra. Segundo a Defesa Civil, cinco residências ficaram destelhadas em Treviso, na localidade de Cirenaica, situada próximo ao Costão da Serra.

Ainda conforme o órgão, diversas comunidades do interior da cidade também estão sem energia elétrica, devido à queda de árvores que causaram danos na rede de distribuição. A cooperativa Certrel já estão trabalhando para solucionar os problemas.

Além disso, um aviário na cidade veio abaixo com os fortes ventos. “No momento, não haviam frangos alojados, mas teve danos com a construção e equipamentos. O prejuízo estimado é de R$ 600 mil”, informa o gerente regional da Epagri, Edson Borba.

Outro município no Sul do Estado atingido pela ventania foi Lauro Müller. Segundo a Defesa Civil, uma residência teve a cobertura arrancada e um comércio de frutas foi parcialmente danificado. A Epagri também confirmou o destelhamento de um galpão de máquinas na cidade.

Já Siderópolis, onde a Defesa Civil registrou ventos a 107,6 km/h, os estragos até o momento foram menores. Conforme o órgão, teve destelhamentos pontuais e quedas de árvores. Em Criciúma, a situação foi semelhante. “Tivemos poucas ocorrências, apenas duas quedas de árvores. Foi tudo tranquilo, dentro da normalidade”, informou o diretor da Defesa Civil do município, Alfredo Gomes.

Prejuízos na agricultura

A Epagri registrou diversos estragos causados pelo fenômeno. “O vento forte se concentrou mais nos municípios de encostas, como Lauro Müller, Treviso, Siderópolis, Timbé do Sul, Jacinto Machado e Praia Grande, a principio as lavouras de banana devem ser as mais atingidas”, comenta Borba.

Anunciado inicialmente como ciclone subtropical, o Yakecan agora é, na verdade, uma tempestade. Essa “mudança” de categoria já havia sido alertada pela Marinha do Brasil, em uma nota emitida no dia 16 de maio. Com o passar dos dias, e as intensas rajadas de vento registradas em Santa Catarina que passaram dos 88 km/h, podendo ser maiores que 110 km/h, o fenômeno evoluiu e ganhou características de tempestades. Logo, mudou de nome por ter magnitudes maiores do que as antes anunciadas. A explicação foi feita pelo Inmet e pela Marinha, e foi publicada no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A partir de hoje (19), informa o meteorologsta Piter Scheuer, o sistema começa a se deslocar para o oceano. Com isso, as rajadas de vento tendem a diminuir em todo o Estado. A Defesa Civil estadual indicou que essa redução ocorre até às 23h59 de hoje.

Até lá, rajadas de mais de 100 km/h podem ser sentidas nos pontos mais altos da Serra catarinense, ficando em torno dos 90 km/h no Litoral Sul, Grande Florianópolis e áreas próximas. No Alto e Médio Vale do Itajaí, as rajadas podem chegar também aos 75 km/h.

Voos cancelados

A passagem da tempestade Yakecan por Santa Catarina provocou o cancelamento de seis voos com destino ou partida do Estado ontem. Os aeroportos afetados são o de Florianópolis e Chapecó. Os seis voos são da empresa Azul. Dois aviões que aterrissaram em Chapecó retornaram ao aeroporto de origem devido às condições climáticas. As decolagens ocorreram de Viracopos (SP) e Florianópolis. Conforme a empresa, os passageiros foram realocados em outros voos da companhia.

Milhares sem luz

Os fortes ventos causados pela tempestade deixou 13 mil unidades consumidoras sem energia após o rompimento de um cabo de rede atingido por uma placa. O número é em todo o estado catarinense. A Celesc diz que identificou quedas pontuais de energia nas regiões do Médio e Alto Vale do Itajaí, além do Norte Catarinense. Ontem mesmo o serviço foi regularizado.

Ressaca invade ruas

A ressaca do mar afetou algumas cidades litorâneas ontem, mas mais no litoral Norte. Em Itajaí, Litoral Norte de Santa Catarina, o Rio Itajaí-Açu subiu de nível e tomou conta das ruas próximas.

A Defesa Civil de Santa Catarina segue monitorando a tempestade tropical Yakecan, mas agora é certo que ela se deslocou para o oceano, diminuindo a intensidade dos ventos. O mar, no entanto, continua agitado em todo o litoral e permanecem até amanhã (20).

Outro que permanece é o frio, mas sobre o frio, o leitor saberá mais na próxima página.