Se for como em 2018, tendência para o 2º turno é que a taxa de eleitores que não aparecem para votar suba
Da Redação
A taxa de abstenção no 1º turno das eleições de 2022 foi de 20,95%, superior à registrada quatro anos atrás (20,3%). De acordo com dados do TSE até 3h de 3 de outubro de 2022, 32.765.540 eleitores não comparecerem às urnas no domingo (2).
A tendência para o 2º turno é que a abstenção aumente. Motivo: em 15 das 27 unidades da Federação a disputa já foi decidida em 1º turno, ou seja, é possível que os eleitores desses Estados e do Distrito Federal sintam-se menos motivados a sair de casa em 30 de outubro de 2022, data do 2º turno.
Esse movimento tende a ser pior para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porque são os eleitores mais pobres os que deixam de ir votar, justamente o grupo demográfico no qual o petista é forte. Lula teria de manter seus eleitores mobilizados.
Em 2018, a abstenção foi de 20,3% (29.941.265 eleitores) no 1º turno e de 21,3% (31.371.704 eleitores) no 2º turno.
Apelo por votos
Lula e Bolsonaro terão que incentivar os eleitores a irem às urnas. Lula buscou na reta final de sua campanha o “voto útil”, para que a eleição se resolvesse no 1º turno. Havia preocupação no PT em relação à abstenção, e o incentivo ao voto foi bastante explorado pela campanha petista.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) também incentivou que seus apoiadores votassem. O objetivo da campanha do presidente era levar a disputa ao 2º turno. O candidato a reeleição pediu, em alguns comícios durante a campanha, que seus eleitores comparecessem na urna.
As eleições de 1989 não foram contempladas porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não disponibiliza em sua página informações detalhadas sobre o pleito.
Os índices mais altos do não voto registrados desde a redemocratização do país foram constatados em 1998. Os votos brancos, nulos e abstenções somaram 40,2%. Na época, concorriam à Presidência Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (na época pelo PPS).
Acic vai promover campanha por redução de abstenções no 2° turno
Com números tão altos de abstenção, a Associação Empresarial de Criciúma (Acic) considera agora lançar campanha para conscientizar sobre a importância do voto. O número de abstenções em Santa Catarina ultrapassou 1 milhão, o que representa 18,4% do eleitorado. Valcir José Zanette, presidente da Acic, explica que o índice precisa reduzir no 2° turno.
“Assim como nos envolvemos na campanha de voto pelo Sul, vamos desenvolver campanha relacionada a isso. Foram muitas abstenções, índice muito alto. Vamos desenvolver uma campanha no sentido de reduzir as abstenções, votos brancos e nulos. Que compareçam e votem. Tem muita gente que viaja neste período, vamos conscientizar para que votem, pois é de fundamental importância. Independente de idade, mais de 60 e menos de 18, compareçam e votem em candidatos que tenham condições de representar o estado e o país”, pondera.
Assim como na campanha pelo voto regional, o novo pleito da Acic terá mais uma vez parceria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Fórum de Entidades de Criciúma (Forcri).
Evolução da taxa de abstenção desde 1994.
Votos Brancos e Nulos
Já os votos brancos e nulos registraram queda em relação a 2018:
- 2018 – 2,6% votaram em branco; 6,1% anularam;
- 2022 – 1,59 votaram em branco; 2,82% anularam.