Índice anunciado pelo IBGE ontem confirma as projeções de mercado

Içara

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, divulgado pelo IBGE ontem (11), acabou confirmando as projeções de mercado para uma inflação de dois dígitos no acumulado do ano. O IPCA de dezembro subiu 0,73%, 0,22 ponto percentual abaixo da taxa de 0,95% registrada em novembro. Com isso, o ano fechou com variação de 10,06%, superando em muito os 3,75% estabelecidos como meta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O percentual também ficou acima dos 4,52% registrados em 2020 – em dezembro de 2020, a variação havia sido de 1,35%.

Usado como base de inflação para as famílias com renda de até cinco salários mínimos e para o cálculo de reajustes salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,73% em dezembro, mesma variação do IPCA. O resultado ficou 0,11 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior (0,84%). Em 2021, o INPC fechou o ano com alta de 10,16%, acima dos 5,45% registrados em 2020. Em dezembro de 2020, a taxa foi de 1,46%.

Combustíveis

O resultado de 2021 no IPCA foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no acumulado do ano, puxado pelo preço dos combustíveis. A gasolina, subitem de maior peso no IPCA, subiu 47,49%, e o etanol, 62,23% ao longo do ano.

Energia elétrica

Na sequência vieram Habitação (13,05%) e Alimentação e bebidas (7,94%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021. Em Habitação (13,05%), a principal contribuição veio da energia elétrica (21,21%).

Nos quatro primeiros meses do ano, vigorou a bandeira amarela, com acréscimo de 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Em maio, foi acionada a bandeira vermelha patamar 1 e, nos três meses seguintes, foi adotada a bandeira vermelha patamar 2, cuja cobrança passou de R$ 6,243 em junho para R$ 9,492 em julho, em função do agravamento da crise hídrica.

Os problemas na geração de energia também levaram à criação de uma nova bandeira, intitulada Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. A bandeira entrou em vigor em setembro e deve ser mantida até abril deste ano. As mudanças no valor da cobrança extra foram decisivas para o resultado do item no IPCA, especialmente nos meses de julho e setembro.

Gás

Ainda em Habitação, outro destaque foi o gás de botijão (36,99%), cujos preços subiram em todos os meses de 2021. Com isso, o subitem contribuiu com o segundo maior impacto dentro do grupo.

Segundo o levantamento de preços feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 2 a 8 de janeiro deste ano, o botijão de 13 quilos era comercializado ao preço médio de R$ 102,55 no país, com valores variando entre R$ 79,99 e R$ 135. Já a média de preços praticada em Santa Catarina era de R$ 110,15, com valores entre R$ 95,99 e R$ 135 praticados no Estado.

Já o levantamento de preços feito pela ANP mostra que, na semana de 2 a 8 de janeiro deste ano, em Criciúma o GNV era comercializado pelo preço médio de R$ 4,732 o metro cúbico, variando entre R$ 4,199 e 4,999 nos três postos pesquisados – apenas para comparação, a gasolina comum era vendida em média por R$ 6,273 o litro, entre R$ 6,239 e R$ 6,299 em 11 locais pesquisados.

Conforme a pesquisa realizada pelo Procon de Içara em novembro, o menor preço praticado para o litro da gasolina comum na cidade era de R$ 6,299. Já o gás natural estava a R$ 4,149 nos dois postos que comercializam o combustível no município. Em relação ao etanol, o preço era de R$ 5,499 por litro.

Segundo a SCGás, em 2021, o volume de vendas de GNV em Santa Catarina cresceu 13%, maior patamar dos últimos nove anos, com alta acumulada de novos usuários de quase 25% em cinco anos. O impulso veio justamente em contrapartida às altas no preço da gasolina.