Sair do vermelho e colocar as contas em dia não é uma tarefa fácil. Ainda mais depois da fatura do cartão de crédito com gastos de fim de ano, em festas, viagens, férias e compra de presentes. Além dos adicionais do começo de ano, como o Imposto Predial e Territorial (IPTU), material escolar e mais as despesas fixas mensais.

O desafio pode parecer gigante, mas não é impossível de ser superado, segundo o economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unesc, Amauri de Souza Porto Júnior. De acordo com ele, há soluções posteriores ao endividamento para equilibrar as finanças, apesar de que o ideal é planejar antes de realizá-las.

“São recomendações simples, como evitar fazer dívida parcelada. Sempre que possível pagar à vista, porque compras nessa modalidade costumam ter desconto. Outra indicação é cortar gastos desnecessários. Por exemplo: viagens, churrascos ao fim de semana. Claro que as pessoas precisam de lazer, mas procurar formas alternativas, mais econômicas”, sugere Porto.

A ideia de cortar gastos está sendo aplicada pela auxiliar de produção Catia Regina Figueiredo, para tentar conter uma dívida inesperada que surgiu no começo do ano, e honrar as despesas fixas. “Eu estou fazendo de tudo para não gastar, não estou comprando nada. Tento economizar em tudo, desde produto de limpeza até em alimentação”, conta a moradora do bairro Cristo Rei em Içara.

O que ocasionou o desequilíbrio nas finanças, segundo ela, foram multas de trânsito no nome do filho. “Apareceram 12 multas no nome do meu filho, e ele nem carro tem, só uma moto. Vamos ter que pagar R$ 2,5 mil para o advogado resolver. Isso acabou dando um baita prejuízo para a gente”, relata Catia.

 

Reserva

 

Para situações inesperadas como essa, torna-se necessário uma reserva de dinheiro, como fez a Jovem Aprendiz Daiana Luciano Novaki. “Minhas contas estão mais ou menos (em dia). Mas guardei um pouco do meu décimo (terceiro)”, diz a moradora do bairro Nossa Senhora de Fátima, em Içara

A costureira e balconista Odete de Barros, fez diferente: usou o 13º salário para pagar contas, mas não conseguiu garantir mais tranquilidade para iniciar o ano.  “Estou bem apertada este mês. As coisas estão caras e o salário baixo”, declara a moradora da comunidade de Santa Cruz, também em Içara.

Àqueles que não conseguirem fazer uma reserva do salário, nem do décimo, e tiverem dívidas, o economista indica dar prioridade ao pagamento daquelas com taxas de juros maiores. “A maioria das pessoas, quando recebe o 13º, acaba usando-o para pagar dívidas antigas. Então o recomendado é quitar aquelas dívidas com juros maiores, como a de bancos, que têm juros na casa de 4, 5% ao mês, e a de cartões de crédito”, aponta.

 

Desemprego

 

O desemprego acaba sendo mais uma adversidade para manter a vida financeira no azul. Residente no bairro Pedreiras, em Balneário Rincão, Cristina Ribeiro Fernandes está há algum tempo sem renda fixa, o que compromete as finanças da família. “Estou apertada, porque só o meu marido está trabalhando no momento. Na próxima semana, volto a trabalhar, então acredito que melhore”, afirma.

 

Para quem guardou dinheiro, é hora de investir

 

Enquanto alguns lutam para equilibrar as contas, outros conseguiram guardar dinheiro. E para o segundo caso, há inúmeras possibilidades de aplicações, desde investimentos na Bolsa de Valores até a tradicional caderneta de poupança.

Entretanto, algumas dessas opções necessitam de conhecimento técnico na área, até para definir o que mais se enquadra no perfil do investidor. Para diminuir a margem de erro, o economista Amauri de Souza Porto Júnior apresenta algumas dicas.

“Àquelas pessoas que são leigas em finanças, muitas vezes por falta de tempo para estudar as melhores opções, a gente sugere diversificar a forma de investimento. No próprio banco, aplicar na conta poupança, em CDB (Certificado de Depósito Bancário); comprar cotas de fundos de investimentos. Mas há também as corretoras de investimentos, que já tem aqui em Criciúma, por exemplo. Eles têm profissionais que direcionam os investimentos”, orienta.