Em vista do bem comum

Queridos amigos e amigas, saudação, paz e bem! Mais uma vez unidos através desta coluna no Jornal Gazeta, queremos aproveitar para refletir sobre uma temática de grande importância e que fez parte mais ativa de nossas vidas nos últimos meses, alcançando seu ápice no último domingo, 15 de novembro. Sim, estamos falando de política, e você é nosso convidado a mergulhar conosco nessa reflexão.

Há quem diga que política e religião não se discutem, pois cada pessoa tem suas opções e preferências. Podemos, sim, entender que algumas pessoas reflitam desse modo, mas não podemos pensar que a discussão e a reflexão nunca são bem vindas, já que esses temas fazem parte de nossa vida cotidiana e nos acompanham em nossa caminhada humana.

Esse pensamento de negação talvez seja resultado de algo muito presente em nossa sociedade contemporânea: uma certa polarização de opiniões. Por exemplo, na maioria das vezes, duas pessoas que pensam de modo diferente não conseguem ouvir a opinião do outro e, claro, não conseguem chegar a certo consenso. Claro, nem sempre é possível ceder a certas opiniões (o caso da defesa da vida no cristianismo, por exemplo), mas é preciso sempre ouvir o outro e se fazer ouvido, com respeito, pois até mesmo a conversão à verdade exige a discussão e a escuta. Sim, a verdade existe e todos nós seguimos sua voz.

Por isso, política se discute sim, pois somente por meio da escuta e discussão nós podemos ouvir os diversos pensamentos e escolher aqueles que mais se adequam às nossas opiniões, tendendo sempre ao bem comum, como bons católicos. E isso se aplica na relação entre candidatos e outros candidatos, candidatos e eleitores e eleitores e outros eleitores. Só assim todos podem falar e ouvir e compartilhar suas opiniões e projetos.

Mas e um católico pode se envolver em política? Não somente pode como deve, desde que não seja proibido pelas leis da Igreja, pois é somente “envolvido em política” que ele poderá defender seus interesses enquanto seguidor de Jesus diante da sociedade. Seja enquanto eleitor (já que todo católico, inclusive o padre, é um cidadão e tem o dever do voto), seja enquanto autoridade democraticamente eleita. Mas… e para ser um bom político cristão? Em primeiro lugar, é preciso ser um bom cristão também. E isso também se aplica a todos, eleitores e eleitos.

Estamos finalizando mais um processo eleitoral nesse ano de 2020 para o quadriênio 2021-2024. Já elegemos nossos representantes municipais junto às prefeituras e câmaras de vereadores. Como eleitores, fizemos nossa parte de investigar e ouvir as propostas de cada candidato e escolhemos, pelo voto, aqueles que mais satisfizeram nossas necessidades. Agora nosso trabalho deve continuar, como bons cristãos precisamos pesquisar, investigar e cobrar, exigindo que todos os eleitos governem a serviço do bem comum, a fim de que todos tenham vida em abundância.