Moradores do Condomínio Deobaldo Pacheco relatam há algum tempo problemas em relação ao sistema de esgoto e, por causa disso, o prefeito de Balneário Rincão, Jairo Custódio, assinou uma ordem serviço em julho de 2018 para a construção de uma rede coletora no local. O serviço foi realizado, mas não acabou com os contratempos, de acordo com quem reside no local.

De acordo com a filha de uma moradora, Marta Fernanda Barbosa, as adversidades permanecem, inclusive com o esgoto sanitário. “É uma coisa que precisa ser exposta, as condições são desumanas. Minha mãe tem 60 anos, ela tem problema na vista; não enxerga de um olho. Meus filhos foram passar o fim de ano lá, mas não aguentaram uma semana, porque não conseguiam ficar dentro da casa por causa do cheiro. Quando dá descarga no vaso, volta tudo pelo ralo. Isso pode causar doenças”, diz Marta, que reside no bairro Raichaski, em Içara.

“É uma moradia popular, a prestação é baixa. Mas eles precisam dar o mínimo de condições para os moradores. É um dever. Quando chove transborda o esgoto no quintal. É um perigo porque tem um monte de crianças, idosos. Eles podem pegar alguma doença. Fora que tem um monte de fio desencapado no chão que fica em contato, pode dar choque. Eu não sei se os outros moradores já se acostumaram com o cheiro. Eles são pessoas bem humildes, mas ninguém tem o direito de fazer isso”, completa Marta.

Em contrapartida, o engenheiro civil e gestor de Infraestrutura da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do município, Nestor Back, coloca que a construção da rede já foi realizada e está funcionando, mas nem todas as unidades foram ligadas ao sistema, responsabilidade que cabe aos moradores, assim como a manutenção da residência.

“A obra já está pronta e com todos os testes feitos, pelo que me relataram os funcionários da construtora. Agora falta os moradores ligarem sua saída de esgoto na rede. Cada morador é responsável por fazer a ligação”, orienta Back.

Dificuldades semelhantes foram registradas em cidades como Florianópolis, Criciúma e Içara, onde houve a instalação da rede de coleta e tratamento de esgoto da Casan, mas os consumidores não providenciaram a ligação.

 

Interrupção na obra

 

Conforme Marta, a construção começou logo após a ordem de serviço, mas estaria parada. “Começaram a cavar um buraco, mas não terminaram. Está tudo parado há uns dois meses”, sustenta. O engenheiro confirma a parada, mas diz que foi uma necessidade para a conclusão dos serviços.

“Teve uma pequena interrupção para ligarmos a rede à estação (de tratamento). Mas os testes já foram feitos e está funcionando. Tem aproximadamente 100 casas no local. De 30 a 40 já estão ligadas à rede de esgoto e com o sistema funcionado”, garante Back.

De acordo com ele, o processo de ligação à rede por parte dos moradores não é complexo. “No caso, ele deve contratar um encanador, alguém que saiba mexer com encanamento. É bem simples de fazer”, assegura.