Projeto busca recuperar e transformar a lagoa em local turístico

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Ideias foram apresentadas em reunião e devem ser encaminhadas ao Fórum de Desenvolvimento Regional

A recuperação da Lagoa da Urussanga Velha, no Balneário Rincão, e o desenvolvimento do local, foram pautas de uma reunião entre lideranças no município. No encontro, foram apresentados quatro projetos.

“A intenção é que após a entrega desses projetos, o poder público possa recuperar a lagoa, retirar aquele barro que existe na água para que a natureza se recomponha. Após essa apresentação, o projeto será encaminhado para o Fórum de Desenvolvimento Regional”, afirmou o empresário Roberto Gaidzinski Bastos, membro do Comitê de Desenvolvimento Náutico do Balneário Rincão.

“Automaticamente, os peixes voltarão a aparecer, o cultivo da pesca, camarão, ostras e demais atividades poderão ser realizadas no local futuramente”, projeta o empresário. Segundo ele, a ideia é aproveitar a saída que a Lagoa da Urussanga Velha tem para o mar. “As embarcações poderão atracar na lagoa e ela se tornará um local fortemente turístico”, conta. “Além disso, os pescadores também poderão ser beneficiados com isso, pois poderão ingressar no mar e conseguir realizar a pesca com mais frequência e facilidade”, afirma.

Além do desassoreamento da lagoa, o empresário também apresentou uma proposta de instalação náutica na região, recuperação de calados, e fixação da barra do torneiro, para possibilitar a navegação de ligação ao mar.

“A pesca na lagoa Urussanga Velha era um ponto forte que movia a economia local. Hoje em dia, por conta do processo de assoreamento, a atividade pesqueira se tornou insignificante. Vamos encaminhar esse projeto para o Fórum de Desenvolvimento Regional e unir forças para que possamos retomar a pesca naquela lagoa e fortalecer o turismo daquela região”, comenta o prefeito Jairo Custódio.

Os projetos

Conforme o empresário, foram criados quatro projetos com profissionais da Unesc e uma equipe de engenheiros de Florianópolis e entregue ao executivo municipal. “É um trabalho muito bonito, de recuperação de uma área degradada. Após a Prefeitura realizar a recuperação da Lagoa, a iniciativa privada entra com esses projetos”, conta Roberto. De acordo com o empresário, no governo do prefeito Décio Góes, esses projetos já foram discutidos em um Comitê Náutico de Balneário Rincão.

Os projetos começaram a ser desenvolvidos em 2014, quando um grupo de dez empresários pagaram R$ 8 mil cada um, para que os quatro projetos fossem realizados. “Esses projetos estavam engavetados e a gente resolveu desengavetar. O nosso sonho é que seja possível a entrada de barcos que vêm do Oceano e que eles possam atracar na Lagoa da Urussanga Velha”, detalha Roberto.

Planejamento

Para o desassoreamento os resíduos da lagoa devem ter o descarte correto. Técnicos da Unesc, que realizaram o estudo, chegaram à conclusão que os resíduos existentes na lagoa podem se transformar em pavers (calçadas de bloco pré-moldado de concreto).

Hoje a lâmina d’água da lagoa é de aproximadamente 50 centímetros. Já a espessura dos resíduos que assoreiam a lagoa, varia de 6 a 14 metros, segundo o estudo.

“Chegou o momento de planejar o Balneário Rincão para as próximas décadas. Creio ser oportuno o momento para dar continuidade aos projetos do nosso referido Comitê de Desenvolvimento Náutico do Balneário Rincão. Por isso, apresentamos o material já desenvolvido (e pago por empresários da região), o qual temos certeza ser de grande valia para o município”, enfatiza Bastos.

Turismo e economia

Além disso, ele conta que a intenção também é atrair mais turistas para o Rincão e desenvolver a economia do local, com geração de empregos e desenvolvimento do comércio pesqueiro. “A população daquele local poderá criar ostras, peixes, camarões, poderão ter frigoríficos de pescados, porque os barcos poderão sair para o mar. Enfim, irá desenvolver a indústria da pesca no futuro”, projeta.

Uma das preocupações se dá em relação à sazonalidade que existe no Rincão atualmente. “A execução desses projetos muda todo o cenário. Passará a ser uma região que terá vida própria o ano inteiro e não apenas na alta temporada. Haverá uma economia consistente”, completa. Segundo ele, o barro retirado da lagoa poderá ser aproveitado para a produção de algum material cerâmico ambientalmente correto e legalmente aceitável.