O sonhador Sidney Santos ampliou a proposta de inclusão no esporte. No bairro de Barra Velha, desde o início deste ano, um projeto piloto está em andamento. “São 100 crianças e adolescentes da escola municipal Amélia de Souza Silva, participando. E já podemos perceber mudanças bastante positivas nos alunos, pois tivemos a sorte, ou melhor, a bênção, de contar com o abraço da diretora Rosangela Franciscone; da professora de Educação Física, Tamires Trevisol; e dos pais dos alunos. Essa união faz o sucesso da proposta”, comemora, contando que até as meninas já trocaram o balé pelo tatame. “Queremos montar outros núcleos nas demais escolas do município e até nas cidades da região, se as portas se abrirem”.
Ele também comenta que o rendimento escolar é muito cobrado. “Se é um bom aluno, será um bom atleta. Se é um bom atleta, precisa ser um bom aluno. As duas situações precisam caminhar juntas para que o resultado seja o melhor possível”, comenta, relatando a história de um aluno:
“Com dez anos de idade um dos nossos alunos, que chegou ao projeto aos 14 anos, já estava envolvido com drogas. Depois de cinco anos participando dos treinos, aulas e competições, ele trocou de faixa e deu seu depoimento. Na ocasião, o adolescente revelou que seus amigos o convidavam para treinar, mas ele não tinha interesse. Até que aceitou, visitou nosso núcleo e confessou que ao pisar pela primeira vez no tatame, percebeu que o jiu-jitsu era a sua vida. Hoje ele é pai de família e nos enche de orgulho”, revela.
Desenvolvimento gratificante
Para o pai de aluna Yasmin Rocha, Jhonata Rocha, ver o desenvolvimento da filha é gratificante. “Apostamos no esporte e os resultados estão na nossa frente. O projeto tem feito mudanças na vida de muitas crianças e mostrado o caminho do bem”.
Daiane Miguel Mendes Espíndola, mãe da Alice e da Isabela, 7 e 10 anos, respectivamente, conta que as meninas estão no projeto há um ano, mas os benefícios já são visíveis. “O projeto trouxe para elas novas amizades e melhoria na qualidade de vida. A Alice, por exemplo, sofria com crises de asma e desde que iniciou a prática do jiu-jitsu tudo melhorou. Já na Isabela, eu percebo um crescimento individual muito grande. Ela sabe dividir mais e é ainda mais carinhosa”, comemora a mãe revelando que a interação familiar também mudou. “Praticamos esporte em família, ou seja, estamos sempre juntos, além de estarmos mais próximos também da comunidade em que vivemos. O jiu-jitsu está em nossas vidas cem por cento e temos certeza de que, por meio do esporte, nossas filhas serão cidadãs melhores”.
“Posso afirmar que este é um projeto disciplinador eficiente. Por meio dele, minhas filhas passaram a ter uma vida social mais dinâmica. Passaram a ouvir mais e pensar mais naquilo que podem fazer. Aprenderam a respeitar limites e isso foi percebido, também, dentro de casa. Tudo o que é transmitido no projeto vem de encontro com o que buscamos para elas. O projeto é muito bom e contribui significativamente na formação de nossas filhas”, declarou Edinei Alves Nascimento, pai de alunas.
- SERVIÇO
Locais e horários das aulas
Barra Velha – segundas e quartas-feiras, das 18h30min às 19h30min; e das 19h30min às 22h. (no último horário os pais ou responsáveis pelas crianças cadastradas no projeto também podem participar das aulas).
Rincão Centro – segundas e quartas-feiras, das 18h30min às 19h30min; e das 20h às 22 horas. (no último horário os pais ou responsáveis pelas crianças cadastradas no projeto também podem participar das aulas).
Pedreira – Até o final do mês de maio, o bairro Pedreira também irá contar com um núcleo.
OBS – Em todas as atividades do projeto social (jiu-jitsu, surfe, futebol, xadrez e rugby) podem participar crianças e adolescentes com idade entre 3 e 12 anos. “Dentro de 20 dias também estaremos realizando a entrega de camisas, pranchas e bolas nos núcleos já formados”, finaliza.