As pessoas não são as únicas que sofrem com as altas temperaturas do verão. Os animais domésticos enfrentam as mesmas dificuldades, porém, como não conseguem se cuidar sozinhos, necessitam de atenção extra por parte dos tutores. Medidas simples podem reduzir o desconforto dos pets e fazer com que atravessem a estação mais quente do ano sem problemas.

“É importante controlar o horário dos passeios. Evitar saídas das 10 às 16 horas, já que incidência de raios solares é maior. Sempre deixar água limpa e fresca disponível para o pet”, cita Caroline Porto de Medeiros, veterinária que atua em uma pet shop em Içara.

“Procurar passear no começo da manhã ou ao entardecer, para não queimar as patinhas. Animais albinos ou branquinhos devem usar protetor solar específico para animais. Em dias muito quentes para eles, pode-se colocar gelo dentro da água dos animais. Se o animal fica preso em canil, certificar-se de que o local tem sombra e está fresco. Cuidar nos passeios de carro, para não deixar o animal preso no veículo”, orienta Mariah de Freitas Marques, também veterinária.

Carolina recomenda cuidados adicionais quanto aos carrapatos e pulgas, comuns no verão. “Ter um controle maior sobre os ectoparasitas evita o incômodo da coceira; a ocorrência de dermatites e outras doenças, como a erlichiose, conhecida como doença do carrapato”, explica.

Além disso, ela orienta os tutores a manter as vacinas dos animais em dia, independente da estação, para evitar complicações. Entretanto, ressalta que a atenção deve ser redobrada no verão, estação em que a proliferação de parasitas é maior. “Sabemos que no verão aumenta a incidência de parvovirose, que causa severa desidratação, vômitos, diarreia, e pode até levar à morte do pet”, observa.

 

Recomendações sobre banhos e tosas na estação

 

As profissionais também fazem recomendações sobre a tosa e banho de cachorros e gatos. Segundo Carolina Medeiros, os tutores não devem dar banho em água fria nos bichos. “A água para o banho deve ser em temperatura ambiente, nunca fria”, indica.

“Nos meus pequeninos, dou até banho de água morna e nos grandes, que ficam na rua, dou banho de mangueira mesmo (temperatura ambiente). E indico sempre secar bem com toalha e passar o secador, para não criar nenhum tipo de fungo”, aponta Mariah de Freitas.

A frequência desses banhos deve ser de acordo com o animal, como explica Carolina. “Depende da raça. Existem raças com subpelo, como chow-chow, pastor alemão. Nesses casos, o mínimo de intervalo entre os banhos é de 30 dias, para evitar dermatites. Já cães de pelo liso podem tomar banho a cada semana, de preferência nos pet shops, onde é feita a secagem total dos pelos, evitando fungos e bactérias”, sugere.

Quanto às tosas, são mais restritivas que os banhos. “Depende do tipo de raça também. Cães de pelagem comprida possuem um subpelo e a tosa pode causar alopecia (não crescimento do pelo). Já para as raças de pelo liso, como shitzu, maltês, é recomendada a tosa, mas sempre protegendo o animal do sol, porque o pelo é um protetor solar natural. O mesmo se aplica para os gatos: aos que possuem pelo curto não é recomendada a tosa, e os de pelo longo, quando tosados, não deve ser muito curto, tendo em vista que pode prejudicar a pele”, detalha Carolina.

Mariah ressalta a importância de uma tosa correta no animal. “É bom manter o pelo curto, sempre cuidar para não tosar muito, por causa do sol, que pode queimar a pele. Tem algumas raças específicas, tipo chow-chow e lulu, que tem que cuidar da tosa. Por questão de genética, o animal pode ficar com falhas no pelo depois”, complementa.

 

Castrações podem ser feitas em qualquer época do ano

 

A médica veterinária e responsável técnica pelo Centro de Castração Francisco de Assis, em Içara, Gabriela Gaspar, coloca que as castrações podem ser feitas durante todo o ano, independente da estação. Nesse caso, o que importa é a idade do animal. “De modo geral, a castração deve ser realizada antes da puberdade, entre cinco a oito meses de idade”, informa.

Após a cirurgia, o animal necessita de cuidados para cicatrização do procedimento. “Os cuidados do pós-cirúrgico são o uso de roupinha cirúrgica ou o colar elizabetano (que parece um abajur), em um período de dez dias, para que o animal não arranque os pontos. Uso de antibiótico, anti-inflamatório e analgésico deve seguir a prescrição médica, de acordo com a necessidade do paciente, e manter o animal em local limpo, para evitar sujeiras nos pontos”, orienta Gabriela.