Decisão sobre o recebimento da denúncia pelo Tribunal de Justiça deverá ocorrer após a apresentação das defesas dos envolvidos

Criciúma

O Ministério Público denunciou na quarta-feira (21) o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), por envolvimento em organização criminosa e fraude em licitações, como resultado das investigações da Operação Gaeco. A denúncia foi encaminhada ao Tribunal de Justiça e também envolve o ex-secretário de Assistência Social Bruno Ferreira, o advogado Jefferson Monteiro e outros membros da administração municipal.

A operação do Gaeco, deflagrada no início de agosto, cumpriu sete mandados de prisão e 40 de busca e apreensão, incluindo mandados na residência de Salvaro e em seu gabinete na prefeitura. A investigação focou na prestação de serviços funerários em Criciúma, após a criação da Central Funerária, e revelou indícios de irregularidades nas licitações. A investigação, segundo a denúncia do MP, “identificou indícios sólidos de irregularidades nas licitações envolvendo o serviço”.

A segunda fase da operação ocorreu no dia 5 de agosto, com buscas em várias cidades, incluindo Florianópolis e Palhoça, e resultou na apreensão de celulares, computadores e câmeras de segurança na casa do prefeito. Além disso, o vereador Daniel Antunes foi afastado de seu cargo como parte das medidas cautelares.

Apesar da gravidade das acusações, a denúncia não inclui pedidos de afastamento ou prisão para o prefeito Clésio Salvaro. A desembargadora Cinthia Beatriz Bittencourt Schaefer retirou o segredo de justiça do caso e determinou a notificação dos denunciados, que têm 15 dias para apresentar suas defesas.

Os sete presos na operação permanecem detidos no presídio Santa Augusta, aguardando o julgamento do pedido de relaxamento de prisão, agendado para terça-feira (29) pelo Tribunal de Justiça. A decisão sobre o recebimento da denúncia pelo Tribunal de Justiça deverá ocorrer após a apresentação das defesas dos envolvidos.