Local abrigará condomínio empresarial voltado para a área de tecnologia

Criciúma

Está nas mãos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) o estudo que definirá o que será feito com o antigo pavilhão da Cecrisa, no bairro Próspera, em Criciúma. A área com cerca de 60 mil metros quadrados (m²) pertencia às Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e em dezembro do ano passado a Câmara de Vereadores autorizou a compra do imóvel por parte da Prefeitura de Criciúma ao valor de R$ 10,5 milhões, parcelado em 180 vezes de R$ 56,2 mil.

O resultado do estudo contratado junto ao sistema Sesi/Senai (Serviço Social da Indústria/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) resultará ainda em um plano de ação para demolição do pavilhão. Atualmente a Diretoria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Criciúma trabalha com duas possibilidades: a primeira é aproveitar parte da estrutura existente no local, como colunas e vigas, e manter viva a história do espaço. A segunda alternativa é demolir tudo.

“A questão é o orçamento. Hoje, só para a gente demolir com cuidado para manter parte da estrutura e vigas, passa de R$ 6 milhões a demolição. E se a gente fizer uma demolição direta, que é simplesmente passar a máquina e arrancar tudo para construir do zero, seria uma demolição mais barata, em torno de R$ 3,5 milhões, R$ 4 milhões. Mas isso tudo ainda depende do resultado que sair do estudo técnico da Fiesc”, explica Marlon Araújo, diretor de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Criciúma.

O custo para demolição não necessariamente terá que sair dos cofres públicos. Araújo explica que a ideia é convencer as empresas a assumirem o projeto tanto de demolição, quanto de construção da estrutura planejada para o local.

“A Fiesc está desenvolvendo o modelo de negócio. Então a gente não tem nada pronto. Esse custo não necessariamente vai ser da prefeitura, pode ser que dentro do projeto novo, já entre a parte da limpeza para a construção do novo projeto. Eu vou até te antecipar que tem tudo para a gente fazer uma demolição controlada para manter a história e a cultura. Mas ao longo do projeto isso vai ser definido”, afirma.

Centro empresarial de inovação

O planejamento revelado pelo prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), é que o espaço se transforme em um condomínio empresarial com capacidade de abrigar até 30 empresas de alto valor agregado, não poluentes e voltadas para a tecnologia. O estudo contratado possui cronograma para ser entregue no final de junho ou início de julho.

“A Fiesc entende que a região Sul é a região do estado mais integrada entre os segmentos, ou seja, a indústria, o comércio e os serviços no Sul do estado são fortes. Então, a Fiesc, inclusive, dentro desse projeto que está desenvolvendo, imagina sair um modelo de negócio para replicar no resto do país. Quando se fala de empresas de base tecnológica, empresas de inovação, tem um salário médio muito mais alto. E, consequentemente, acelera a economia da região gerando empregos com salários de valor agregado. Então, com certeza, dentro desse Centro Empresarial de Inovação, tem tudo para a gente ter lá empresas com média salarial bem acima da média”, argumenta Araújo.

No trabalho produzido pela Fiesc, são coletadas sugestões de empresários e lideranças do setor de tecnologia. Além do mais, instituições acadêmicas e da sociedade civil também estão participando ativamente do processo. “A gente abraçou todos os segmentos, ouvindo cada um no seu momento, mas o planejamento está sendo feito a muitas mãos”, garante o diretor de Desenvolvimento Econômico.

A prefeitura ainda possui planos para a rua Antônio Daré, que passa ao lado da antiga Cecrisa. A ideia é fazer melhorias na pavimentação e torná-la um corredor entre as SCs-445 e 443, criando uma rótula próximo ao Instituto Federal de Santa Catarina (Ifsc). Colaboração e fotos de Thiago Hockmüller, Portal Engeplus.