Percurso de 2022 foi considerada o maior rally do mundo, com 7.202 km entre Paraná e Pará

Siderópolis

A edição histórica de 30 anos do Rally dos Sertões chegou ao fim no último sábado (10). Neste ano, a prova, que já é a maior da América, se tornou a maior competição da modalidade do mundo, superando o Rally Dakar. Entre os participantes estava Fellipe Scaini, piloto de Siderópolis, que competiu na categoria M3 das motos.

Foram 7.202 km percorridos em 14 etapas ao longo de 15 dias de prova. Os competidores passaram por oito estados das cinco regiões brasileiras, partindo de Foz do Iguaçu (PR) e tendo como destino a cidade de Salinópolis (PA). Esta foi a segunda vez que o Scaini esteve no Rally dos Sertões. Em 2017, ele finalizou a competição em 12º na classificação geral e em terceiro na sua categoria. Já em 2022, o seu troféu foi a superação.

É que o piloto sideropolitano enfrentou desafios para completar o maior rally do mundo e acabou sendo desclassificado. Mesmo assim, optou por completar todo o percurso. Na quarta etapa, de 478 km, o mousse da moto (composto maciço de borracha que fica dentro do pneu) de Scaini derreteu por não aguentar a alta temperatura e ele completou a prova sem um dos pneus, o que lhe rendeu o troféu de herói do dia. A quinta etapa, com 690 km, foi percorrida sem o amortecedor traseiro, que apresentou problema. Na sexta etapa, o piloto ainda teve dificuldades com o sistema de gasolina, provocando atrasos. Por fim, já na sétima etapa, ele quebrou o polegar direito ao bater em uma árvore.

“Precisei ir para o departamento médico e engessei o dedo, perdendo o dia de prova e sendo desclassificado. Eu estava em segundo na minha categoria. Só que eu vinha treinando há dois anos para esta edição do Rally dos Sertões e o mais importante para mim era finalizar a prova. Eu assinei um termo que assumiria os riscos e arranquei o gesso para conseguir finalizar a prova e deu certo. Eu precisava completar a prova em respeito a toda a minha equipe e por todo o esforço que tive para me preparar”, comemorou.

Entre as motos, foram 92 competidores que largaram em Foz do Iguaçu, mas apenas 23 chegaram ao final. “É um desafio enorme. As pessoas não têm noção da dificuldade que é o Rally dos Sertões. Chega a ser desumano, desafiador. Nesta edição foram 15 dias, quando normalmente a competição é apenas de sete. Foram dias seguidos pilotando uma moto por quase 700 km, sem falar na dificuldades e problemas que surgem. Fiz sete etapas com o dedo quebrado”, lembrou. Scaini competiu pela equipe Dirt Dogs Rally, composta por sete motos pilotadas pelo sideropolitano, por dois competidores de Tubarão e mais quatro do Estado de São Paulo.

O piloto disse que ainda não está com a sua participação confirmada para a próxima edição do Rally dos Sertões. “Ainda estamos levantando custos deste ano. É um valor muito alto. Eu gastei R$ 250 mil para participar, temos que ver como fica a questão dos patrocinadores. A vontade sempre existe, mas ainda não tenho certeza se estarei lá no ano que vem”, completou Scaini, de 41 anos. Colaboração Lucas Renan Domingos, Portal Engeplus.