Pesquisa realizada nos municípios da região carbonífera aponta que mais de 60% das famílias não querem o retorno das aulas presenciais

Criciúma, Içara e Balneário Rincão

Se tivessem que voltar para escola no próximo dia 7 de setembro, mais de 60% dos pais não estariam seguros para mandar os filhos às aulas presenciais. Os dados são de uma pesquisa realizada pelos municípios da região carbonífera. Em Içara, este percentual é ainda maior, com 85% das famílias sem coragem para mandarem os filhos às escolas. Nesta semana, devido ao pico da pandemia estar em alta, o Governo do Estado prorrogou para o dia 12 de outubro a possibilidade do retorno das aulas presenciais.

Um outro levantamento apontou que 30% dos profissionais da educação apresentam um tipo de comorbidade que os deixa mais suscetível a sintomas graves caso venham a ser infectados com o novo coronavírus. Para a secretária de Educação de Balneário Rincão, Jucilene Fernandes, a prorrogação da suspensão para o dia 12 de outubro veio num bom momento, pois dá para as equipes se organizarem melhor para um possível retorno. “Não acredito que voltaremos a ter aula em 2020”, fala a secretária de Educação de Balneário Rincão.

Segundo Jucilene, em Balneário Rincão, mais de 60% dos pais não estão seguros para enviarem seus filhos para a escola. Ele afirma que na educação infantil este percentual é ainda um pouco maior. Já sobre as condições dos profissionais da Educação, em Balneário Rincão, 30% não estariam em condições de voltar ao trabalho presencial. “São 40 profissionais do nosso quadro, esperamos que até outubro consigamos estar organizados, caso as aulas voltem”, relata Jucilene.

Em Criciúma, a situação não é diferente, pois o resultado da pesquisa também apontou que mais de 60% dos pais não sentem segurança para enviarem seus filhos para a escola. Segundo a secretária de Educação de Criciúma, Cristiane Freta Uliana, o percentual de professores que apresentaram comorbidades e não podem voltar ao trabalho foi de 27%, com cerca de 600 profissionais do quadro da secretaria.

Içara com percentual maior

No município de Içara, os números de pais que não estão seguros em mandar os filhos para a escola são maiores. Cerca de 85% não mandariam os filhos com a atual condição de saúde. Já na educação infantil, apenas 14% teriam coragem de mandar as crianças para a escola. Já 24% dos profissionais da educação não poderiam retornar ao trabalho por apresentarem comorbidades.

Segundo a secretária de Educação de Içara, Gerusa Bolsoni, a pasta está se organizando no município caso haja um retorno das aulas presenciais ainda neste ano. Ela pontua que uma comissão foi formada com integrantes da Educação, Saúde e Secretaria de Administração e Finanças para que tudo esteja organizado, como as licitações para a compra de equipamentos, com ata de registro de preço.

A secretaria explica que a pesquisa apontou que os alunos em período de alfabetização não estão com muita possibilidade de retornar as aulas neste ano. Gerusa relata que a secretaria está organizando o cronograma para cumprir a carga horária de 800 horas aulas para fechar o ano letivo. O calendário foi apresentado para o Conselho Municipal de Educação e inclui a reposição nos sábados e feriados, mesmo de forma remota.