Governo do Estado prorrogou por mais sete dias a suspensão da circulação dos ônibus
Içara e Criciúma
As empresas de transporte coletivo da região estão à beira de um colapso com a nova prorrogação do decreto que proíbe a circulação de ônibus na região Sul do Estado. A Expresso Coletivo Içarense, que circula nos municípios de Criciúma, Içara e Balneário Rincão já começou a fazer as primeiras demissões. “Esperamos com muita expectativa que esta seja a última semana de suspensão, pois o transporte público de Santa Catarina está à beira de um colapso”, ponta o diretor da Expresso Coletivo Içarense Elvio Peruchi.
Peruchi explica que desde o começo da pandemia, no dia 18 de março, a empresa vem tentando a manutenção de todos os postos de trabalho, mas que as dificuldades aumentaram com a nova paralisação do transporte. Para que os empregos fossem salvos, a Expresso Coletivo Içarense fez o acordo proposto pelo Governo Federal, suspendo os contratos de trabalho por quatro meses. “Mas com a pandemia não passando os contratos venceram e já estamos fazendo as primeiras demissões”, disse o diretor da Içarense.
Também a empresa de Transporte Forquilhinha fala que está no limite e aguarda com expectativa o retorno do transporte público. A Transporte Forquilhinha conta com 350 colaboradores e também fez a suspensão dos contratos por 120 dias, que está para vencer, nas aguarda um novo decreto do Governo Federal que promete ajuda as empresas de transporte público. “Já estamos no caos, não temos mais condições de nos manter com o transporte suspenso”, explica o administrador da empresa de Transporte Forquilhinha, Carlos Andrade.
Usuário não é o culpado
Para o administrador da empresa Forquilhinha o usuário do sistema é que tem sofrido com esta situação, pois está desassistido e com dificuldades de locomoção. Ele cita que não é o transporte público o vilão da pandemia. “Ficamos 80 dias parados e os números aumentaram. Estamos parados novamente por três semanas e os números continuam aumentando”, pontua Andrade.
Para a moradora de Balneário Rincão Elizangela Zanatta, o grande prejudicado é o trabalhador, porque precisa trabalhar e não tem como se deslocar de casa até o local de trabalho. Enquanto, o transporte estava suspenso, um grupo de trabalhador fretou um ônibus da empresa Içarense, mas que foi suspenso na última semana, após um pedido da fiscalização. “Inclusive no dia em que suspenderam, foi na volta para casa e os trabalhadores ficaram sem retornar para casa, tendo que gastar com Taxi e Uber ou então pedir para os familiares irem buscar”, explica Elizangela.
Ela desafia os prefeitos a fazerem as rotas com os passageiros para verificar como é seguro e como os passageiros estão seguindo as normas de segurança como o afastamento entre os passageiros e o uso de máscaras. “Sem o transporte, estamos pagando para trabalhar e as empresas de ônibus já começaram a fazer demissões”, enfatiza. Ela esperava que os ônibus voltassem nesta segunda-feira o que não ocorreu.