Maurício Eskudlark e Ana Campagnolo entregaram um pedido de impeachment e Ivan Naatz protocolou outro, sobre assunto diverso
Agência AL
Os deputados catarinenses discutiram durante a sessão ordinária de ontem (12) da Assembleia Legislativa a possibilidade do impeachment do governador Carlos Moisés da Silva (PSL), inclusive com protocolo de pedido entregue ao presidente da Casa durante o horário dos partidos políticos pelos deputados Ana Campagnolo (PSL) e Maurício Eskudlark (PL). O pedido leva em conta as ações tomadas por Moisés desde o início da pandemia da Covid-19, como a aquisição dos 200 respiradores artificiais sem licitação e os decretos restritivos.
Antes do início da sessão, o deputado Ivan Naatz (PL) também protocolou outro pedido de impeachment do governador e da vice-governadora Daniela Reinehr. Ele se baseia na decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), proferida na segunda-feira (11), que sustou a equiparação dos vencimentos dos procuradores do Estado com os salários dos procuradores da Assembleia. O pedido de Naatz segue o mesmo teor do apresentado em janeiro pelo defensor público Ralf Zimmer Junior, que considerou que houve crime de responsabilidade na concessão de reajuste aos procuradores, em 2019, visando à equiparação dos salários.
Críticas
“O governador não reforçou as UTIs. Em São Miguel do Oeste foram criados 10 leitos de UTIs emprestando cama de Dionísio Cerqueira, de Joaçaba. Em Concórdia e Chapecó, que estão agora com número elevados de casos, se tivesse ampliado em 40 vagas de UTIs em Chapecó, poderia atender. Falta o mínimo de gestão”, denunciou Maurício Eskudlark (PL), subscritor do pedido de impedimento do governador e ex-líder do governo na Assembleia.
“É um homem arrogante, prepotente, debochado, acabamos descobrindo que não é um homem grande e nem um grande homem. Temos um governador que faz seleção pessoal para receber prefeitos e deputados, que se vangloria de não ter loteados cargos, mas loteou com seus amigos pessoais e se aproveitou da pandemia para assinar decretos autoritários e fazer compras superfaturadas”, afirmou Ana Campagnolo (PSL), também subscritora do pedido de impeachment do Chefe do Executivo.
“Não é possível aceitar uma compra feita como se fosse comprar no Mercado Livre, que você paga antes, mas ali é mais seguro do que foi feito. Eu duvido que não sabia de nada, uma compra tão importante, tão significativa, em um momento tão delicado”, avaliou Jessé Lopes, referindo-se ao governador.
Valdir Cobalchini (MDB), Moacir Sopelsa (MDB) e Altair Silva (PP) se disseram até agora a favor do impedimento de Carlos Moisés e não contrários. “A operação conjunta concluiu que a compra dos respiradores foi fraudulenta, com busca e apreensão que chegaram ao Centro Administrativo”, lembrou Cobalchini, que representa a bancada do MDB na chamada CPI dos Respiradores.