Ex-goleira e atual técnica lembra início da carreira e projeta futuro vitorioso da modalidade
Criciúma
A criciumense Renata Rosalino Machado, de 33 anos, após defender as cores de sua cidade natal como goleira, atualmente é técnica do futsal feminino da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma.
Amante do futsal desde criança, a atual comandante lembra que começou a jogar no colégio ainda aos dez anos. “Naquela época era na brincadeira. Estudava no Jarbas Passarinho e gostava muito de participar na Educação Física”. Porém, a trajetória iniciou em outra modalidade, que também faz parte de sua história. “Comecei a treinar e jogar handebol aos 13 anos. Era o que tinha na época”, acrescenta.
Mas, no handebol, as coisas não foram fáceis para a criciumense no início dos treinamentos. “Eu atuava na armação, lembro que muitas vezes vinha treinar sozinha para evoluir, mas depois de uns treinos acabei me descobrindo como goleira e ali permaneci”, conta Renata.
Das arquibancadas para à quadra
Enquanto estava jogando handebol, defendendo Criciúma, Renata recorda que foi acompanhar um treino da equipe de futsal no ginásio do Colégio Cedup e estava faltando uma goleira para fechar a equipe. “Me ofereci para ajudar, acabei indo bem e me convidaram para ficar treinando”. Dois anos depois, já em 2004, a goleira foi campeã, duas vezes, dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina, defendendo a equipe de futsal e a de handebol.
Difícil escolha na carreira
Por já estar próxima da categoria adulta e com uma rotina de treinos intensa, a goleira precisou escolher entre as duas modalidades. De um lado, a oportunidade de chegar à Seleção Brasileira, que era no handebol, do outro, a chance de ingressar no ensino superior, que na época era oferecida pelo futsal feminino.
Renata optou pelo futsal. Com a escolha feita em 2005, a goleira conseguiu concluir o ensino superior em Educação Física, com licenciatura e bacharelado. Enquanto estudava, a criciumense também defendia o município e brilhava dentro das quatro linhas, atuando em competições como estaduais, Jogos Abertos de Santa Catarina e Liga Nacional. “Foram momentos marcantes na minha vida. Sou grata por tudo o que passei”, frisa.
Nem tudo são flores
No início de 2013, dando sequência ao sonho no futsal, Renata foi jogar no Piauí e encontrou uma realidade diferente do esperado. “Não tinha estrutura nenhuma. Era uma ilusão. Totalmente diferente do que haviam prometido. Ofereceram bons salários e não tinham como pagar”, lembra.
Por ter vínculo com algumas atletas em atividade, a técnica criciumense conta que ainda existem alguns casos parecidos atualmente no país. “Hoje ainda tem equipes nessa situação. As atletas só ficam pelo sonho e porque gostam de jogar”, lamenta.
Retorno à terra natal
Depois de trabalhar como auxiliar-técnica em Urussanga, a criciumense voltou a defender sua cidade, ainda dentro das quatro linhas. Em 2018 recebeu o convite para retornar ao time de handebol e em 2019 participou dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), atuando nas duas modalidades em que jogou boa parte da carreira.
Com mais bagagem pessoal e profissional, Renata destaca que foi uma experiência diferente no ano passado. “Já estava com um nível de amadurecimento maior, mas voltar a defender a cidade que você nasceu sempre dá um frio na barriga”.
Convite inesperado
Meses atrás, Renata pensava apenas em se dedicar às competições da temporada 2020. Mas, no início do ano recebeu o convite para ser técnica da equipe feminina de futsal de Criciúma. “Foi uma surpresa para mim. Nunca imaginei estar do outro lado, quando atuava. Fiquei muito feliz pelo reconhecimento e estou dando meu máximo para dar alegria ao município”.
Mesmo com a paralisação de treinos e competições por conta da Covid-19, a criciumense projeta um futuro positivo e vitorioso para a modalidade. “Nosso objetivo sempre é conquistar títulos e estar entre as melhores equipes do Estado. Vamos trabalhar muito para que isso aconteça”.
A técnica também recorda o que o futsal proporcionou e frisa que sonha com que as suas atletas também sigam caminhos parecidos. “Trabalhamos para que o futsal as oportunize com estudo e que possa dar um futuro melhor para elas. Chega um momento em que a carreira dentro de quadra acaba, e se desejarem e estiverem preparadas, poderão estar onde hoje estou”, finaliza.