Mesmo com queda mensal, SC acumula crescimento de 4,5% no ano, superando a média nacional
Da Redação
A economia de Santa Catarina registrou uma queda de 0,3% em agosto de 2024, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-SC), comparado ao mês anterior. No entanto, o estado continua apresentando crescimento acumulado de 4,5% no ano, superando a média nacional de 2,5% no mesmo período.
De acordo com o Observatório Fiesc, o crescimento da economia catarinense em 2024 foi impulsionado por um mercado de trabalho aquecido e pela elevação dos rendimentos reais, o que aumentou a demanda por bens e serviços. “A economia do estado também se beneficiou da demanda internacional, especialmente nas áreas de fabricação de máquinas, equipamentos e produtos têxteis, que sustentaram o crescimento industrial”, explicou Camila Morais, economista do Observatório Fiesc.
Entre os setores econômicos, o de serviços foi o que mais cresceu, com alta de 8,2% até agosto, seguido pelo comércio, que avançou 7,7%, e pela indústria, com crescimento de 6,4% no acumulado do ano. Na indústria, o desempenho foi puxado por segmentos como a fabricação de máquinas, materiais elétricos e produtos têxteis, que continuaram a gerar resultados positivos nos primeiros oito meses de 2024.
Apesar desses resultados, a atividade industrial de Santa Catarina recuou 1,4% em agosto. A queda já era esperada, sendo atribuída aos efeitos da política monetária e à redução dos impactos positivos da queda dos juros. Setores como metalurgia, produtos de metal, borracha e materiais plásticos, além de confecção de artigos de vestuário, foram os mais afetados, registrando quedas entre 3,3% e 4,8%.
Mesmo com essa retração na indústria, Santa Catarina manteve o menor índice de desocupação do país, com taxa de 3,2% no trimestre encerrado em junho, conforme destacado por Camila Morais. A economista apontou que a baixa desocupação contribui para manter o consumo elevado, o que favorece o comércio e o setor de serviços. “O mercado de trabalho aquecido tem sido fundamental para sustentar o consumo e impulsionar a economia catarinense”, acrescentou.
No comércio, houve uma leve queda de 0,8% em agosto, mas o setor ainda acumula crescimento de 7,7% no ano. Entre os destaques, o comércio varejista ligado à construção apresentou aumento de 3,3% nas vendas de materiais de construção em agosto, com ajuste sazonal. No setor de serviços, o recuo mensal foi de 0,2%, um resultado melhor que o nacional, que registrou queda de 0,4%. O segmento de transportes e serviços auxiliares teve a maior retração, com diminuição de 0,7%.
Por outro lado, os serviços voltados às famílias e o turismo mostraram crescimento. O setor de serviços às famílias aumentou 2,7% em agosto e acumula alta de 5,1% em 2024. Já as atividades turísticas registraram alta de 3,0% no mês e de 8,2% no acumulado do ano, impulsionadas pelo consumo e pela manutenção da renda familiar.