Prefeito espera gerar até quatro mil empregos e criar escola para capacitar trabalhadores

Criciúma

Um dos mais importantes setores da região, a indústria do vestuário pode ganhar um loteamento específico em Criciúma para o recebimento de empresas que atuam com facção. Este é o planejamento do prefeito Clésio Salvaro (PSD), que com a medida espera a criação de quatro mil novos empregos no município.

A Prefeitura de Criciúma ainda está prospectando a área com tamanho entre 50 e 70 mil metros quadrados (m²) para construção do novo loteamento industrial. Além das empresas, o planejamento é instalar no local uma escola para qualificação dos trabalhadores, que é uma demanda de praticamente todos os setores.

“O governo está focado nisso. Nós somos um polo de confecção gigantesco. Milhões de peças saem daqui todos os meses e vão para outros estados para faccionar. Se vão pra lá, por que não vem pra cá? Investimos muito na questão da indústria e essa não é só uma indústria qualquer. Essa questão da confecção tem um mundo a ser descoberto e vamos trabalhar fortemente em cima disso”, garantiu Salvaro.

Setor que mais emprega

O Sindicato da Indústria do Vestuário do Sul Catarinense (SindiVest) enxerga de forma positiva o movimento da prefeitura para criação do loteamento industrial para o setor. Conforme dados do sindicato, com base em levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Criciúma possui 281 empresas e cerca de cinco mil pessoas empregadas na indústria têxtil.

André Spader, presidente do SindiVest, explica que 16% da mão de obra da região é ligada ao setor da confecção. “É o que mais emprega na região. Tem grandes empresas que se destacam, mas é um mercado voltado ao pequeno empreendedor. Não tenha dúvidas, se tiver uma área, virá para ajudar”, afirma.

A distribuição por porte da empresa mostra a relevância do segmento, uma vez que 17% dos empregados na região estão em empresas de grande porte, 22,16% em médio porte e 24,42% em microempresas. A maior fatia, correspondente a 36,41%, está empregada em empresas de pequeno porte.

Spader afirma que as peças que saem da região são faccionadas, via de regra, no Paraná e interior de São Paulo. Ter uma área em Criciúma para realizar este serviço vai contribuir para o desenvolvimento econômico, sobretudo considerando a qualificação da mão de obra. “Eu não tenho a menor dúvida que isso favorece muito. Em Brusque, Guaramirim e Jaraguá do Sul, a confecção está no sangue deles. Por que lá deu certo e aqui não? Porque tem um sistema que corrobora para que funcione”, afirma.

Loteamentos industriais

Na última semana, a Prefeitura de Criciúma entregou o Loteamento Industrial do Verdinho (LIV). São 21 lotes, adquiridos por 18 empresas que devem movimentar cerca de R$ 500 milhões anuais e gerar 1,5 mil novos postos de trabalho no município. O loteamento está localizado em frente ao Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Pedro Raymundo, na rodovia Governador Jorge Lacerda. A proximidade com a BR-101 é um dos motivos que tornou o empreendimento atrativo, visto que não há mais lotes à venda. 

O município também conta com outras áreas industriais, como no distrito do Rio Maina, na Quarta Linha e no bairro Cristo Redentor.