Indústria cerâmica vai apostar no biometano para transição energética

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Matriz energética é baseada no gás natural, com 50% a menos de emissão de dióxido de carbono e gases de efeito estufa

Criciúma

A indústria de cerâmica para revestimentos assinou acordo de cooperação inédito na última sexta-feira (3) em Santa Gertrudes (SP), na busca por energia a partir do uso de combustíveis de baixo carbono. A matriz energética desse nicho industrial é baseada no gás natural, com 50% a menos de emissão de dióxido de carbono e gases de efeito estufa (GEE), mas a conta ainda é onerosa para o meio ambiente, acredita o setor.  O acordo foi assinado entre os setores cerâmico e sucroenergético para colocar em prática um plano estratégico de transição, com uso do biometano na indústria de cerâmica para revestimentos.

“O projeto segue para fase de implementação, com previsão de funcionamento operacional no início de 2025. Como resultado, serão construídas plantas de biometano a partir da vinhaça, resíduo do setor sucroalcooleiro, em Santa Catarina e em São Paulo como pilotos, com a participação de dez empresas de cada estado. A princípio, o uso deverá chegar à proporção de 5% do consumo energético das indústrias participantes. O piloto será a base da tomada de decisão para a transição energética do setor em âmbito nacional”, informa a Câmara de Energia da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), uma das signatárias do documento, que tem na presidência Otmar Josef Müller.

O Brasil é um dos principais polos industriais de revestimentos cerâmicos no mundo, com a terceira posição em produção e a segunda em consumo, além de ser o sétimo do ranking das exportações. O plano estratégico foi elaborado a partir de convênio firmado entre Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), Sindicato das Indústrias de Cerâmica – Criciúma (Sindiceram) e o Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA). Colaboração Joice Quadros, Portal Engeplus.