Período de Páscoa é o terceiro mais importante em volume de vendas, atrás apenas do Natal e Réveillon

Criciúma

Ovos que vêm com bombons, brinquedos e até canecas; coelhos de chocolate ou cestas com os mais diferentes tipos de doces. Opções não faltam para marcar esta época tão esperada, principalmente pelas crianças. Com prateleiras que têm cada vez mais novidades, o período, apesar da alta nos preços, tem grande importância para o setor supermercadista, que deve registrar, neste ano, um aumento de 5% nas vendas.

De acordo com o vice-presidente Regional Sul da Associação Catarinense dos Supermercados (Acats), Ricardo Althoff, não são apenas os chocolates que são procurados pelos consumidores. “Normalmente os produtos relacionados à Semana Santa, como peixes, frutos do mar, azeitonas e tudo que acompanha esses pratos, têm grande procura, pois muitas pessoas evitam carne vermelha”, analisa.

Se, anos atrás, era comum ver carrinhos com muitos ovos de Páscoa nos corredores dos supermercados, atualmente este hábito de consumo está mudando. “Estamos com muitos ovos de Páscoa chegando, mas vimos, nos últimos anos, uma migração para as barras de chocolate e caixas presenteáveis. Acreditamos que essa tendência siga nesse ano”, salienta.

O impacto internacional

Fatores como o preço do petróleo, do dólar e a guerra entre Rússia e Ucrânia impactam nos preços. “Por exemplo, o cacau teve aumento de 30% no último ano. O papel alumínio, que conserva melhor o chocolate, também aumentou em torno de 40%. O frete, que é um componente importante do preço do ovo de Páscoa, até pela questão do tamanho e volume, que tornam mais difícil de transportar, aumentou”, considera, frisando que os custos com commodities e matérias primas refletem nos preços dos itens mais procurados na Semana Santa. Em relação aos produtos como azeitonas, salmão, atum e azeites de oliva, que muitas vezes são importados, todos os valores também acabam impactados pelo dólar, que já vem com aumento importante desde o início da pandemia”, afirma.

Quem compra mais caro, tem que vender mais caro

A alta internacional dos preços afeta todos os setores da cadeira produtiva. “Por mais que os supermercadistas evitem repassar todo esse aumento de custos, não é possível vender com prejuízos. Estamos pagando mais para os nossos fornecedores e teremos que repassar aos consumidores”, lamenta Althoff, comentando que a medida não agrada aos empresários. “É importante salientar que não gostamos de aumentar preços. Gostaríamos que os clientes que tivessem uma renda maior, para que pudessem comprar mais. Se a renda das famílias é menor, somado à inflação, é algo que impacta em toda a economia e com os supermercados não é diferente”, conclui.