Prontuário afetivo fortalece vínculos no Hospital São Donato

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Iniciativa conta com informações sobre os gostos, rotina e família dos pacientes internados

Içara

Todas as vezes em que alguém precisa de qualquer atendimento hospitalar, as informações sobre o estado de saúde, doença, exames, procedimentos, sinais vitais e medicamentos utilizados são registradas nos prontuários. Estes documentos, que têm grande importância na área da saúde, são sigilosos e apenas as equipes responsáveis, além dos pacientes ou seus familiares podem ter acesso a estas informações. Contudo, no Hospital São Donato, um projeto intitulado Prontuário Afetivo fortalece os vínculos entre as pessoas internadas, a equipe e as famílias.

Caprichosamente escritos à mão e fixados nos leitos, os prontuários afetivos contam com detalhes da rotina, gostos e até mesmo sobre os animais de estimação dos pacientes. “Esse projeto já existia, através de uma iniciativa da nossa psicóloga, Tatiana Vieira Novaki. A gente foi pontuando algumas coisas, mudando um pouquinho, mas reunimos o que os pacientes gostam, como era a rotina de vida deles, se tem algum bichinho de estimação”, explica a enfermeira-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Gisele Bitencourt dos Santos, contando que, em muitos casos, os próprios pacientes contam os detalhes à equipe. “Outros, que já estão em respiração mecânica ou que não falam, essa comunicação é feita com os familiares. Então, sempre colocamos ali, por exemplo, o senhor Antônio gosta de pescar, ouvir música sertaneja, tem um cachorrinho, tem três filhos e é casado com a dona Maria”, comenta, frisando que isto proporciona aconchego ao paciente e conhecimento para a equipe.

A reação dos familiares

A iniciativa de humanização é muito bem recebida e pelos familiares das pessoas internadas. “A gente vê essa felicidade quando alguém vem e vê o prontuário afetivo na cada do paciente, é muito gratificante”, ressalta a enfermeira, informando que o trabalho é também é uma forma de confortar a família que, muitas vezes, está angustiada por ter alguém querido na UTI. “A gente fica um pouquinho mais próximo. Esta é uma relação para aproximar a equipe, o paciente que está em estado crítico e a família”, conclui.