Serviços e ações prestadas em prol da valorização da vida e na prevenção do suicídio foram reconhecidas com Moção de Aplausos

Criciúma

O trabalho realizado pela Rede de Proteção à Vida (RPV) recebeu o reconhecimento da Câmara Municipal de Criciúma com uma Moção de Aplausos pelos serviços e ações prestadas em prol da valorização da vida e na prevenção do suicídio.

As entidades e voluntários do movimento escolheram a sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) para abrigar a placa. A iniciativa de organização da RPV foi uma articulação da associação, que em 2016 integrou as entidades e desde então oferece apoio ao trabalho desenvolvido.

“É um trabalho voluntário, que salva vidas, e merece todo o reconhecimento. A Rede pode contar com o apoio da Acic, que por meio da nossa diretora executiva, Maria Julita Volpato Gomes está sempre engajada à causa da proteção da vida. Ficamos muito lisonjeados com a escolha para abrigar essa importante homenagem”, destaca o presidente da Acic, Moacir Dagostin.

“A Moção de Aplausos à Rede de Proteção à Vida é mais um reconhecimento público e que se faz justo estender à Acic, a qual viabilizou todo o processo (logística) de implantação dessa Rede”, destaca o voluntário da RPV, Almir Fernandes, presidente da Cruz Vermelha de Criciúma.

A Moção de Aplausos foi uma iniciativa do vereador Juarez de Jesus, com aprovação unânime pelo Legislativo. “Agradecemos ao vereador Juarez e a própria Câmara Municipal de Criciúma, que já em outras oportunidades trouxe benefícios à RPV, como o projeto de lei que inclui no calendário, no mês de setembro, a Semana Municipal de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio”, reforça Fernandes.

Atendimento e voluntariado

O trabalho promovido pela Rede envolve muitos profissionais e entidades com atendimento e promoção de palestras com o intuito de informar e conscientizar sobre a importância da atenção à saúde emocional, psicológica e espiritual. Ao todo, são 24 voluntários envolvidos, clínicas voluntárias, CAPS, hospitais, entidades e pessoas físicas. Para este mês de setembro, uma agenda com diversas atividades está sendo promovida. Na sexta-feira (10) foi justamente o Dia Mundial de Prevenção e Combate ao Suicídio.

A psicóloga Sandra Barros, voluntária e uma das idealizadoras da Rede, destaca que durante a pandemia os atendimentos foram realizados de forma on-line. “Antes da pandemia, atingimos mais de 14 mil pessoas, porque a Rede vai às escolas e às empresas. A cada 40 minutos, uma pessoa se suicida no Brasil. Fazemos um caminho de prevenção, acolhimento e alerta sobre os sinais”, ressalta. A profissional do Instituto de Neuropsicologia Positiva Sandra Barros reforça que o atendimento se estende aos municípios da Região Carbonífera e do Vale do Araranguá. 

“Temos números muito elevados de suicídios nessas regiões, assim como no mundo. Conseguimos fazer um trabalho de orientação até para a mídia, sobre como tratar o tema; também junto a grupos de adolescentes, em escolas, com apoio da Polícia Militar, Polícia Civil. Nosso maior foco é a sensibilização ao tema”, coloca.

Conscientização nas escolas

Também voluntária da rede, Sarita Luiz Custódio, coordenadora do Núcleo de Prevenção às Drogas e à Violência nas Escolas (Nepre), relata que somente em 2020 houve três suicídios de estudantes. “Como representante da Coordenadoria Regional de Educação, levamos à rede pública a conscientização e prevenção ao suicídio através do Nepre, para assim ter uma escuta e um preparo para atender esses alunos. É um trabalho de sensibilização e prevenção. Na escola, é a escuta, o olhar do professor, de ver que o aluno está eufórico demais ou quieto demais. Nós precisamos muito de psicólogos nas escolas”, relata.

A psicóloga Márcia Helena Pereira Fedalto destaca a agilidade quando da identificação de casos que podem levar ao suicídio. “A nossa função, quando chegam esses casos, é passar para o atendimento na rede pública de saúde, da qual somos parceiros, assim como do CVV (Centro de Valorização da Vida). Avisamos onde tem o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), o Nuprevips (Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde da Unesc). Se não tiver um atendimento rápido na rede pública, usamos nossos contatos, acionamos os nossos voluntários. O principal é comunicar e orientar onde buscar ajuda”, detalha.