A previsão é de que a bandeira vermelha 2 vigore, no mínimo, entre os meses de julho e novembro de 2021
Agência Brasil
A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou ontem (29) um aumento na bandeira tarifária vermelha nível 2 nas contas de luz. Agora, o valor extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos – alta de 52%. O tarifaço vai valer a partir de julho. O último reajuste no sistema de bandeiras tarifárias aconteceu em 2019.
O sistema de bandeiras é acionado quando há um aumento no custo de produção de energia, como é o caso atual com as secas históricas em alguns dos mais importantes reservatórios do Brasil. Na segunda (28), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um pronunciamento na TV em que falou da situação complicada e pediu pelo uso “consciente de água e energia pela população”.
A previsão é de que a bandeira vermelha 2 vigore, no mínimo, entre os meses de julho e novembro de 2021.
Situação crítica dos reservatórios
Os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste – que respondem por 70% da capacidade de geração de energia do Brasil – estão com 29,4% de armazenamento e não há perspectiva de chuva forte nessas regiões até outubro.
Com esse quadro crítico, o governo irá usar as termelétricas – mais caras e poluentes – para ajudar no fornecimento de energia. Por esse motivo houve aumento no custo da geração de energia – estimado em R$ 9 bilhões pelo Ministério de Minas e Energia. A conta é repassada para os consumidores. Apesar de tudo isso, o governo descarta o racionamento em 2021.
Sistema de bandeiras
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias das contas de luz sinaliza para os consumidores que os reservatórios hidrelétricos estão em baixa e que estão sendo utilizadas as usinas termelétricas, que produzem energia mais cara e são mais poluentes. Só lembrando que as hidrelétricas são responsáveis por gerar 65% da eletricidade do Brasil.
No ano passado, entre maio e novembro, a Aneel suspendeu o gatilho das das bandeiras tarifárias, deixando as contas sem essas taxas como uma forma de aliviar os gastos dos consumidores em meio à pandemia.
No fim de novembro, por causa da piora nas condições dos reservatórios pela falta de chuvas, a Aneel voltou a acionar o sistema de bandeiras, no caso a amarela.
Assim, o Brasil entre janeiro e março deste ano, já estava na bandeira tarifária amarela, período em que costuma estar na verde já que os reservatórios nessa época normalmente estão com sua capacidade máxima. Alguns especialistas apontam que no início de maio, o começo do período seco, o Brasil pode entrar na bandeira vermelha tarifária, antes do esperado.