Nutricionista sugere apostar em alimentos que dão a sensação de aquecer, sem ser uma refeição volumosa, super calórica

Içara

Sob baixas temperaturas, é possível suprir o nosso organismo com todos os nutrientes que ele precisa, sem ganhar peso? A nutricionista Alexsandra Medeiros diz que sim e sugere apostar em alimentos que dão a sensação de aquecer, sem ser uma refeição volumosa, super calórica. “Há substitutos muito interessantes para utilizar nessa época de clima mais frio e manter uma alimentação saudável”, assegura.

“Temos como sugestão as sopas e caldos de abóbora ou aipim, com frango e carnes magras no lugar de embutidos como linguiça calabresa ou bacon. Também os legumes cozidos ou assados, refogados, seleta de legumes com azeite de oliva e temperos, que vão ficar muito saborosos. Nesta época há um pouco de repulsa pelas saladas, por serem frias, então é possível fazer essa substituição”, aponta.

De acordo com a especialista, outra tentativa de manter o corpo aquecido e que podem ser bem utilizados são os chás e o café. Bebida típica do inverno, o chocolate quente também pode ganhar uma versão mais leve, não utilizando achocolatado, nem leite condensado, ambos ricos em açúcar refinado.

“A receita do chocolate quente pode ser mais enxuta, utilizando leite desnatado, cacau ou chocolate em pó 70%. Também é possível usar um leite vegetal, como de amêndoa ou de coco, com especiarias, cravo, canela. Assim, se consegue uma bebida nutritiva, saborosa e com poucas calorias”, ressalta.

Conforme Alexsandra, os alimentos que devem ser evitados nos dias mais frios são os mesmos de qualquer época do ano, aqueles ricos em açúcar refinado ou gorduras saturadas, casos da feijoada, que geralmente é preparada com uma série de embutidos, e do fundue, devido à grande quantidade de queijos gordurosos. 

Inverno é a melhor época do ano para perder peso

O friozinho típico do outono/inverno pode nos dar a sensação de que é necessário ingerir uma quantidade maior de alimentos, representando um risco potencial para o ganho de peso. Mas a nutricionista Alexandra Medeiros explica que não é bem assim que funciona.

“Não necessariamente precisamos comer mais no inverno. Vai depender da atividade de cada pessoa e o quanto vai estar exposta ao frio. As baixas temperaturas demandam um gasto energético maior, devido à tentativa do corpo de se manter aquecido, mas isso não significa que é preciso comer mais. Basta ficar atento e ajustar algumas refeições, de acordo com a atividade física exercida, o tempo exposto ao frio e a densidade calórica do alimento”, declara.

“Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, não é o verão e sim o inverno a melhor época para perder peso, por conta do gasto energético, aliado ao frio. Sempre que a temperatura estiver baixa e a pessoa for exposta ao frio, a necessidade energética é maior. Se ela faz uma atividade física nesse clima, aumenta ainda mais o gasto energético. Mantendo uma alimentação saudável e praticando uma atividade física, as baixas temperaturas serão nossas aliadas para controle ou perda de peso”, acrescenta.

Pinhão é um alimento do bem

As baixas temperaturas incentivam o consumo de comidas típicas do inverno, como o pinhão. Para quem é fã dessa semente tão especial, a nutricionista Alexandra Medeiros tem uma boa notícia: “Além de saboroso, o pinhão é saudável, um alimento do bem”, afirma.

Ela explica que, mesmo mais calórico, o alimento é rico em nutrientes fundamentais para o corpo. “A caloria dele é uma gordurinha e carboidrato saudáveis. Outra qualidade é ter uma quantidade boa de fibra alimentar. Se comer em pequena quantidade, é uma ótima opção para os dias mais frios”, orienta.

Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), uma porção de 100 gramas contém valor energético de 174,4 quilocalorias, o equivalente a 9% da necessidade diária com base em uma dieta de 2 mil quilocalorias. Além de carboidratos, proteínas, gorduras e fibra alimentar, é fonte de cálcio, vitamina C, manganês, magnésio, fósforo, ferro, potássio, cobre, zinco e sódio.

A colheita do pinhão começou no dia 1º de abril e a Epagri estima que, em 2021, Santa Catarina colherá entre 40% e 60% a mais em relação ao ano passado. A oferta maior já se reflete no valor do produto: o pinhão é comercializado ao consumidor final por preços que variam entre R$ 4 e R$ 5 o quilo, enquanto em 2020 ficava na casa dos R$ 9 a R$ 10. Colaboração Andréia Limas, Canal Içara.