Em coletiva, foi falado sobre um apartamento usado pelos criminosos para observar a agência e a prisão de 14 suspeitos
Criciúma
Numa coletiva de imprensa ontem (9), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, e as forças policiais do estado fizeram um balanço até agora das investigações sobre o assalto à agência do Banco do Brasil em Criciúma. Os novos dados divulgados foram: um apartamento alugado que foi usado por meses pelos assaltantes nas proximidades do Banco do Brasil; uma apreensão no Ceará não detalhada; e a prisão de mais dois suspeitos, contabilizando 14 até agora. As autoridades de segurança, no entanto, disseram não poder dar mais informações para não atrapalhar as investigações.
“As forças de segurança e as instituições irmãs estão unidas e empenhadas em força máxima para elucidar este crime que não combina com a situação de segurança de Santa Catarina. Quero enaltecer o trabalho de homens e mulheres que estão se dedicando nesta missão”, frisou o governador Carlos Moisés.
O comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel PM Dionei Tonet, afirmou que, num primeiro momento, a PM atuou focada na preservação da vida. “Depois, fizemos o aporte de efetivo, material e equipamentos na região Sul, onde iniciamos um trabalho de inteligência e prevenção, garantindo que a comunidade não fosse afetada por nenhuma outra lesão. Cuidamos das pessoas e levamos informações centralizadas, reforçando o trabalho integrado com outros órgãos”, disse Tonet.
Agora: sigilo
“Precisamos ter um trabalho sigiloso. Uma série de informações que podem comprometer as investigações não poderá ser divulgada. Buscamos montar este quebra-cabeça e chegar aos envolvidos”, disse o delegado antirroubo e antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Anselmo Cruz, que informou ainda que o apartamento no Centro da cidade foi usado para vigiar a movimentação em torno do Banco do Brasil.
Investigações não tem prazo
“O prazo estimado para a preparação do roubo é de vários meses e ela não pode ter uma resposta por parte das forças de segurança abaixo disso. Achar, identificar, catalogar, ter certeza que a peça se encaixa em nosso quebra-cabeça. Existem prazos legais, estamos trabalhando na busca de todas as informações. Estabelecer um prazo de algo imprevisível é chute”, destacou Anselmo Cruz.
Ele, no entanto, disse que passada a movimentação inicial, o ritmo da investigação, como proceder, é dado pelas forças de segurança e eles não estão no desespero. “Estamos seguindo todos os procedimentos legais para a responsabilização dos indivíduos. Este crime que aconteceu em Criciúma, apesar de ser inédito em Santa Catarina, não é inédito no país”, citou.
Cruz disse que “não se trata de um crime de uma facção, e sim ações que acabam tendo uma parceria, até pela mão de obra. Os indivíduos em sua maioria de São Paulo, como em ações similares anteriores pelo país todo, não é uma ação comandada por uma facção”. A facção em questão seria o Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Quem financiou o assalto?”
A investigação, que envolve as polícias Civil e Militar, também busca descobrir quem financiou o assalto. “Não houve formalização do banco sobre valor, mas estima-se em torno de R$ 80 milhões. Há outras situações que foram identificadas de furto de valores, que ficaram fora do banco. A polícia de Criciúma instaurou inquérito e outros valores já foram recuperados”, relatou.
Ainda segundo Cruz, as forças policiais catarinense contam com o apoio de Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. “O intercâmbio de informações sempre existe. Inclusive, temos buscas e apreensões nesta semana”, salientou.