Cuidados para assegurar qualidade de vida

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Sinais precisam ser observados, principalmente, durante o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19

Da Redação

Atração por comportamento de risco, baixa autoestima, tristeza constante, crises de raiva, impulsividade, dificuldade de relacionamento com pessoas da mesma idade, insegurança, isolamento e queda no desempenho escolar ou no trabalho são indicativos de que a pessoa precisa de ajuda e que sua saúde mental pode estar comprometida.

Estes sinais precisam ser observados, principalmente, durante o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19.

De acordo com a psiquiatra Rafaela Pavan, a pandemia intensificou os sintomas de transtornos psicológicos e aumentou a procura por tratamentos. “Muitos pacientes relatam a dificuldade que enfrentam com o isolamento social e como é importante ter uma rede de apoio fortalecida”, destaca Rafaela.

Para manter a saúde emocional equilibrada são necessários alguns cuidados como sono de qualidade, alimentação saudável, prática regular de atividades físicas, controle das emoções e organização diária de uma rotina adequada ao estilo de vida. Outra recomendação da psicóloga Lenise Selbach é de buscar o autoconhecimento, o que possibilita comunicar suas necessidades e estabelecer limites físicos ou afetivos diante de algumas situações da vida.

“Todas as emoções têm uma função e podem indicar sobre situações importantes relacionadas à nossa saúde que precisamos rever ou procurar ajuda para compreender”, enfatiza Lenise ao comentar sobre a importância do acompanhamento profissional, que proporciona uma escuta qualificada, neutra e sem julgamentos, para auxiliar o indivíduo a identificar o que é importante para ele e apresentar outras perspectivas diante das dificuldades.

Os fatores de risco para a saúde mental, segundo Rafaela, são: fatores genéticos, desequilíbrios cerebrais, biológicos (história familiar, função de seretonina e regulação neuroquímica), aspectos demográficos com características específicas da região, transtorno psiquiátrico de base e de personalidade, abuso físico/psicológico/social e doenças neurológicas.

“Outros aspectos estão relacionados à desesperança, pois a pessoa não consegue imaginar um futuro; intoxicação de substâncias químicas; pacientes impulsivos e agressivos, que não conseguem controlar o que sentem e como reagem, além de pessoas com dores crônicas”, explicou. Os gatilhos imediatos são humilhações públicas, acesso facilitado a armas, derrotas graves, grandes perdas e de mau prognóstico (falta de possibilidade de cura ou de tratamento adequado). A psicológica Lenise complementa que comportamentos pontuais de irritabilidade, tristeza, desmotivação não necessariamente representam um problema, mas o alerta está na intensidade, frequência e impacto no cotidiano.