Ato ocorreu após transexuais sofrerem agressões no Sul catarinense.
Criciúma
O Brasil chegou a 129 assassinatos de pessoas trans nos oito primeiros meses de 2020, com aumento de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. O número também já é superior em relação ao último ano inteiro, quando foram registrados 124 assassinatos, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Na região Sul de Santa Catarina houve duas tentativas de homicídio contra pessoas trans nas últimas semanas. Em virtude de um destes casos, na manhã de ontem (21) um protesto foi realizado em frente ao Fórum de Criciúma, que teve reportagem realizada por Rafaela Custódio para o portal Engeplus, e gentilmente cedido para o Jornal Gazeta.
O principal pedido dos protestos de ontem foi respeito, empatia e principalmente por mais segurança às pessoas LGBTQI+.
Com diversos cartazes, balões pretos e gritos de justiça, os manifestantes escutaram o relato de Rebeka Rodrigues de 28 anos. Ela foi esfaqueada por dois homens no último sábado, em Içara. A vítima recebeu cerca de 30 facadas, foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada em estado grave para o Hospital São Donato (HSD). Ela mora há sete anos em Criciúma e não é a primeira vez que é agredida.
Segundo um estudo divulgado pela Antra, houve um aumento de 70% no número de assassinatos de pessoas trans no país no período entre 1 de janeiro e 31 de agosto de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019. Neste ano, foram 129 assassinatos e em 2019 foram 76 (até 31 de agosto). Em 2017 e 2018 foram 118 e 113 registros respectivamente.
Vanessa Dresch também sofreu uma tentativa de homicídio, mas o caso dela foi registrado no bairro Próspera, em Criciúma. “Fui convidada para um encontro e fui surpreendida com um golpe de chave de fenda no pescoço. Tive problemas nos dentes porque também foi agredida com socos. O agressor foi identificado, mas ainda está solto”, conta.
Já Sara Fagundes ressaltou durante seu discurso na manifestação que todas as vidas importam. Além disso, ela comentou que novos atos acontecerão e que a busca por justiça continuará acontecendo diariamente.