Fascite plantar: a causa mais frequente de dor no calcanhar

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Obesidade, atividade desportiva intensa e permanecer longos períodos de tempo de pé podem causar inflamação da fáscia

Da Redação

Obesidade, atividade desportiva intensa (correr, saltar, dançar), permanecer longos períodos de tempo de pé, ter entre 40 e 60 anos e apresentar pé plano ou anormalidades da marcha. Esses são alguns fatores de risco para desenvolver a fascite plantar, a causa mais frequente de dor no calcanhar ou na sola dos pés. A doença é a inflamação da fáscia plantar, que é uma membrana de tecido conjuntivo fibroso que se estende do osso do calcanhar até os dedos dos pés, responsável por amortecer e distribuir o impacto.

Ainda entre os motivos que contribuem para surgimento da enfermidade, o médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann destaca a redução da flexão dorsal (movimento da articulação do tornozelo), retração dos músculos gastrocnémio-solear e isquiotibias, doenças inflamatórias sistémicas e encurtamento do tendão de Aquiles. “A causa exata do problema é desconhecida, mas algumas condições integram os fatores de risco, como uso excessivo de salto alto, calçados inadequados (apertados, largos ou velhos), sedentarismo e desalinhamento corporal na região do quadril”, explica o médico.

O sintoma mais comum é dor na sola dos pés próximo à região do calcanhar. O principal sinal de alerta é quando este desconforto aparece durante os primeiros passos ao sair da cama ou levantar-se após estar sentado por um tempo. Reichmann destaca que a dor perto do calcanhar costuma ser intensa, comparada a uma “facada” no período da manhã e vai aliviando durante o dia com a caminhada. Esse desconforto pode agravar se a pessoa andar descalça em superfícies duras ou ao subir escadas. Outros sintomas são inchaço (edema) e vermelhidão (eritema). Caso não tratada, a doença pode se tornar crônica e provocar lesões no joelho, quadris e coluna.

De acordo com Reichmann, as recomendações iniciais são de repouso e aplicação de gelo no local, seguidas de fisioterapia com exercício e alongamentos específicos para pés e panturrilhas e utilização de palmilhas ortopédica ou ortótese noturna. Ainda entre as opções, o médico indica a terapia por ondas de choque para reduzir a dor, aumentar a irrigação de sangue na área afetada e cicatrização e regeneração dos tecidos moles. A cirurgia só é indicada quando os tratamentos terapêuticos não produzem mais resultados.

Alguns exercícios com bolinha de tênis são indicados, pois beneficiam a região e podem ser feitos diariamente. O médico orienta começar com massagens, deixando a bolinha deslizar pela sola do pé. O ideal é praticar o exercício em cima de um tapete para ficar mais firme, mantendo por um período de aproximadamente dois minutos, durante três vezes.

Outra atividade que pode ser feita é a seguinte: estender a sola dos pés o quanto puder e, com a mão, dobrar os dedos dos pés para trás. É necessário fazer o exercício primeiro com o joelho flexionado e, depois, alongar. O ideal é manter-se nessa posição por 30 segundos e fazer 10 repetições, três vezes ao dia. A terceira sugestão é estender a sola do pé, e com os dedos das mãos, fazer uma leve pressão na fáscia plantar, alongando com movimentos circulares. A dica é massagear por alguns minutos até sentir que a sola do pé esteja relaxando.