Secretarias municipais de Saúde buscam medidas para liberar mais leitos habilitados
Criciúma e Içara
As secretarias municipais de Saúde de Içara e Criciúma informaram ontem que a ocupação de leitos pelo SUS nos hospitais das duas cidades é de 100%. A curva de casos confirmados do novo coronavírus vinha aumentado nas últimas duas semanas e agora isso afetou diretamente a quantidade de leitos ocupados no Hospital São José, em Criciúma, e o Hospital São Donato, em Içara.
Os 28 leitos do SUS disponíveis no São José estão ocupados. Ou seja, se alguma pessoa precisar de um leito de UTI na cidade, ela provavelmente será encaminhada para outro hospital mais próximo que tenha leitos disponíveis. Destes 28 leitos, 14 são ocupados por pessoas que não são de Criciúma, vindos da região de Tubarão.
“Há alguns dias lotou o Hospital de Tubarão e a regulação indica encaminhar o doente para a UTI habilitada mais próxima. Então, esses pacientes começaram a ser encaminhados para o São José”, explicou o secretário municipal de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, ao Programa Adelor Lessa na manhã de ontem, na Rádio Som Maior.
Para Casagrande, Criciúma chegou no momento mais delicado da pandemia. “Já havíamos falado que em julho seria o mês mais crítico. Ontem conversei com o secretário do Estado, André Motta, e falei que era aquilo que já conversávamos. Agora nós temos é que disponiblizar leitos de UTI e respiradores”, disse.
São Donato também bate no 100%
O diretor-administrativo do Hospital São Donato, Júlio César De Luca, confirmou ontem também que todos os dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital estão sendo utilizados no momento. Apesar do 100% de ocupação, nenhum dos pacientes internados está diagnosticado com o coronavírus. A utilização está sendo para tratamento de outras comorbidades, inclusive nos dois leitos separados exclusivamente para tratamento da doença.
“Desde a semana passada não estávamos aceitando pacientes com coronavírus na nossa UTI. Estávamos com falta de bloqueadores musculares e remédios que são utilizados no tratamento. Já compramos 3 mil ampolas e elas chegaram no meio da semana passada, mas agora todos os leitos estão ocupados. Para colocar alguém com Covid-19 na nossa UTI é preciso que os atuais pacientes tenham alta”, comentou De Luca.
Além da ocupação na UTI, os leitos de clínica também receberam aumento de internações nas últimas semanas. São 30 os separados para casos de coronavírus, destes, segundo De Luca, 10 estão sendo ocupados atualmente. Na última semana, a ocupação chegou a ser de 14. São pacientes que cumprem o isolamento ao apresentar sintomas da doença, ou diagnóstico positivo. Até o mês de junho, entretanto, o número se estabilizava entre três e quatro pacientes.
No Estado há 389 leitos livres
Dos 1.376 leitos de UTI existentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina, há 987 ocupados, sendo 376 por pacientes com confirmação ou suspeita de infecção por coronavírus. A ocupação é de 71,7% e há 389 leitos livres atualmente.
Busca por mais leitos
Na região carbonífera, a luta agora das secretarias municipais de Saúde é a busca por mais leitos. O HSJ conta atualmente com 10 leitos prontos, com respiradores e disponibilidade para atenderem pacientes do coronavírus, só faltam os monitores. A Secretaria de Saúde do município trabalha para conseguir estes equipamentos.
Acélio Casagrande também busca liberar os leitos o quanto antes possível. “Conversei com André Motta (secretário de Estado de Saúde) e acredito que agora vamos liberar os leitos, mesmo não habilitados pelo Ministério da Saúde”, afirmou o secretário.
Os pacientes de Criciúma e região que atualmente precisarem de leitos de UTI para o tratamento de coronavírus, serão encaminhados para outros hospitais que tiverem a disponibilidade de receber o paciente. “Assim funciona a regulação. Tem um leito disponível e o estado envia. Se Criciúma precisar de um leito, vai ser encaminhado para o mais próximo possível”, explicou Casagrande.
Casa do Rio Maina
Acélio Casagrande e o prefeito Clésio Salvaro pensam em oferecer a Casa de Saúde do Rio Maina para a destinação de leitos pelo SUS. Neste caso, pessoas de outras regiões também viriam a ocupar estes leitos.