Cuidados com a saúde mental dos idosos são fundamentais

Tecnologia é uma das aliadas para que pessoas da terceira idade não se sintam sozinhas

Criciúma

Os efeitos da pandemia do Covid-19 estão sendo sentidos por todos, isso é sabido. Mas você já parou para pensar no que as pessoas da terceira idade estão passando? Em meio a esse cenário, há que se intensificar os cuidados com a saúde do idoso. E em tempos de isolamento social, a atenção com a saúde mental deve ser redobrada.

Os profissionais da Psicologia apontam que a tecnologia, a construção de rotina e o acesso à informação de qualidade são meios de incentivar os mais velhos a permanecerem em casa e se distanciarem dos riscos do coronavírus.

Segundo a professora da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e do Idoso, do curso de Psicologia da Unesc, Fernanda de Souza Fernandes, precisa-se tratar este período com muita delicadeza, cuidado e atenção. “Sabemos que é um momento de extrema tensão, especialmente para os idosos pela sua vulnerabilidade orgânica e por estarem em grupo de risco. Os medos, inseguranças aumentam e, somado a tudo isso, o isolamento social. A diminuição do contato com as pessoas pode provocar um sentimento de solidão intenso e esses são fatores que podem agravar ou mesmo desencadear transtornos psicológicos”, avalia.

As consequências do isolamento estão associadas aos receios que vêm junto com as incertezas: de contrair o vírus, de adoecer, de precisar de algo e não poder buscar, da perda da autonomia e da liberdade de ir e vir. “Por isso é preciso manter as pessoas mais velhas seguras de que serão amparadas, desenvolver horários para que haja comunicação, para que elas não se sintam desassistidas e desconectadas no meio social”, aponta Fernanda.

A família, portanto, tem muita importância neste momento. “Ela deve proporcionar o sentimento de amparo e segurança até ser um esteio de sustentação para que o idoso saiba que o que ele precisar os familiares irão providenciar de maneira a garantir a sua segurança”, garante a professora.

A família deve ainda, segundo Fernanda, dar orientações sobre o que está acontecendo de maneira compreensível aos idosos, para que eles não se sintam cada vez mais ameaçados. Aos que usam as redes sociais, os filhos e netos devem orientar quais as vias mais confiáveis para que eles não fiquem com o nível de estresse elevado devido ao volume de informações.

“Estabelecer uma agenda de contatos também é essencial. Por exemplo, marcar um encontro online em um horário que a família costuma se reunir para uma refeição, uma chamada de vídeo para que as pessoas possam se ver e compartilhar o momento. Fazer um rodízio para que todos os dias pelo menos um familiar faça uma ligação ou no caso de proximidade de moradias, chamar e acenar na janela”, orienta.

Os familiares também devem estimular a manutenção da rede de contatos com amigos e que os idosos tenham uma rotina saudável em casa. Aos que podem, que caminhem, abram as janelas e sintam o vento, o sol. Que vão até a sacada ou o jardim, que assistam programas de televisão que gostem, vejam filmes.

No caso de pessoas que estão em Instituição de Longa Permanência (ILP), os familiares podem solicitar que os profissionais que cuidam dos idosos façam chamadas de vídeo aos familiares, para que se sintam mais confortáveis e acolhidos. Por mais que não seja físico, a manutenção do contato é de extrema importância.