Falta credenciamento federal para leitos da UTI do São Donato

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Áudio de médico vazado pelo WhatsApp revelou o problema e resultou em transferência de pacientes mesmo com leitos vagos

Áudio de um médico que circulou pelo WhatsApp revelou um problema nas internações pelo SUS na UTI do Hospital São Donato. Apesar de ser habilitado pelos órgãos de Santa Catarina para internar, a UTI do São Donato ainda não recebeu a credencial federal, que deve ser fornecida pelo Ministério da Saúde. Este detalhe resultou na transferência de pacientes para outras UTIs do Estado, enquanto há vaga no São Donato. Recentemente uma paciente de Içara foi levada à Chapecó, quando havia vaga na sua cidade.

Na UTI do São Donato, os leitos existem para o Estado, mas não para a União. Para não ter que pagar dos próprios recursos, a Secretaria de Estado da Saúde “repassa” o paciente para uma UTI em que o governo federal terá que pagar a conta. Se o São Donato já fosse credenciado pelo Ministério da Saúde, os custos do paciente internado pelo SUS seriam pagos pelo governo federal. Para evitar a responsabilização da internação e ter que pagar a conta, a autoridade do Estado está desconsiderando os leitos de Içara.

O áudio do médico que vazou pelo WhatsApp informava que, na quinta-feira (30), uma paciente do bairro Aurora, em Içara, necessitava de UTI e nove, dos dez leitos, do hospital, estavam vagos, mas a Central de Regulação do Estado mandou a paciente para o hospital de Timbó, a 400 quilômetros daqui. O médico cirurgião, graças ao áudio, impediu a transferência.

O diretor-administrativo do Hospital São Donato, Júlio César de Luca, confirmou à imprensa ontem a veracidade de áudio vazado. Disse que é “a prova de indignação de profissional médico”. Ele encaminhou o áudio para ao secretário de Estado da Saúde, Helton de Souza Zeferino. “O secretário já tomou providências e também nos respondeu e informou que não deverá mais acontecer”, comentou de Luca ao Portal Engeplus.

O diretor-administrativo informou que se reunirá com o secretário de Estado da Saúde para tratar do assunto novamente na terça-feira (4).