Comitê Araranguá coloca estiagem de dezembro como uma das piores das últimas duas décadas
O mês de dezembro foi marcado por uma forte estiagem na região Sul de Santa Catarina. A pouca quantidade de chuva prejudicou o nível dos rios da região, causando prejuízos para o abastecimento humano e, principalmente, para a irrigação na agricultura local. Porém o mês de janeiro iniciou com bons volumes de precipitações, voltando a normalizar a situação dos mananciais na bacia.
O vice-presidente da Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, Sérgio Marini, aponta que a estiagem foi uma das piores das últimas duas décadas. “Junho, julho, agosto e setembro já haviam sido meses com estiagem. Essa não foi suprida totalmente em outubro e novembro. No mês de dezembro, a situação voltou a ficar preocupante e o volume nos rios baixaram de forma agravante. A maioria dos nossos mananciais secaram”, afirmou Marini.
Um exemplo foi o Rio Amola Faca, que abastece a cidade de Turvo e ficou sem água nos últimos dias de 2019. “Os produtores, em sua grande maioria, ficaram sem água. Somente os produtores que captaram água das barragens do Rio São Bento, de Siderópolis, e do Tenente e do Leão, em Jacinto Machado, possuíam água”, comentou.
A falta de chuva prejudicou, inclusive, o abastecimento para o consumo humano, conforme apontou o superintendente regional da Casan, Gilberto Benedet. “A Barragem do Rio São Bento chegou a operar a quatro metros abaixo do vertedouro, agora já está em dois metros. O maior problema foi Turvo, onde o Rio Amola Faca secou por completo, ficando com apenas um terço da vazão de captação”, detalhou.
“Na cidade chegamos a fazer rodízio na distribuição do município e contamos com apoio de caminhão pipa e do Corpo de Bombeiros para buscar água em Forquilhinha e abastecer a unidade de tratamento de Turvo. Mas com as chuvas dos últimos dias, a situação voltou a normalizar”, emendou.
Segue o alerta por economia
Mesmo assim, Marini reforça o pedido para a utilização consciente das águas, e lembra que os recursos hídricos necessitam de utilização responsável, e que é necessário pensar na construção de estruturas de reserva hídrica, dentro das normas ambientais.
“Sejam reservatórios coletivos, na propriedade, barramentos pequenos, médios e até de grande porte. O Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Araranguá já previu a necessidade da construção de barragens”, salientou.