DOR NO PEITO: DEVO ME PREOCUPAR?
De acordo com dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), morrem cerca de 17,5 milhões de pessoas no mundo por conta de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Em nosso país, a cada hora que passa, 40 pessoas morrem da doença, superando 300 mil casos por ano, segundo dados do DATASUS. Junto com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), lideram o ranking das doenças que mais matam no mundo.
Mas toda dor no peito é infarto? Não! Existem outras doenças que podem causar dor no tórax, algumas menos agressivas e letais, tais como herpes-zóster, costocondrite, osteoartrose, fibromialgia, trauma contuso, pneumonia, refluxo gastroesofágico, pericardite. E outras tão graves e letais quanto, como aneurisma e dissecção de aorta, pneumotórax, câncer de pulmão, embolia pulmonar, ruptura de esôfago.
Os sintomas de alerta para IAM são dor no peito, geralmente desencadeada aos esforços ou com estresse emocional, em aperto, queimação ou ardência, irradiada para o braço esquerdo, pescoço ou mandíbula, com duração superior a 20 minutos, acompanhada de palidez cutânea, suor frio, náuseas, vômitos e falta de ar. Na identificação destes sintomas, o paciente deve procurar imediatamente um serviço de Emergência próximo ou entrar em contato com o SAMU através do telefone 192.
Existem duas modalidades de tratamento do infarto: a angioplastia coronariana com implante de próteses chamadas de stents e uma classe de medicamentos chamados de trombolíticos, ambos de uso intra-hospitalar. A angioplastia é feita através de cateterismo cardíaco, onde é identificada a lesão culpada na coronária, é aberta com balão e implantado o stent. Os mais modernos são recobertos de uma substância farmacológica para não haver obstruções futuras. Já os trombolíticos são medicamentos endovenosos para “desmanchar” os coágulos das coronárias. O tempo hábil para se tratar um infarto é de até 12 horas, pois é o período que a célula do músculo cardíaco (miócito) resiste sem receber sangue e oxigênio, acontecendo, posteriormente, um fenômeno chamado de necrose, que seria a morte celular, com perda de função do músculo, levando à insuficiência cardíaca e até mesmo morte do indivíduo.
Os fatores de risco para infarto são o diabetes, a hipertensão, o tabagismo, a obesidade, o colesterol e triglicerídeos elevados, o sedentarismo, a idade acima de 55 anos para homem e de 65 anos para a mulher, história familiar de doença coronariana, além do estresse. Estudos recentes relacionam a espiritualidade e o perdão com diminuição do infarto agudo do miocárdio, sendo temas de muitos congressos de Cardiologia atualmente.
Praticar atividades físicas regulares, no mínimo 150 minutos por semana, ter uma dieta balanceada, não ingerindo alimentos processados e industrializados, principalmente aqueles ricos em gorduras saturadas e carboidratos, não fumar, controlar obesidade, hipertensão, diabetes e dislipidemia, cultivar um hobby, evitar estresse desnecessário, procurar seu Cardiologista regularmente, são medidas para se evitar a tão temida doença chamada de Infarto.
Dr. Leandro Vieira de Souza – Médico Cardiologista – CRM-SC 15.408 | RQE 13.319