Região continua com dificuldade na contratação de médicos

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Em Içara, remanejamento está sendo feito para atender todas as unidades de saúde

Na última semana, foi finalizada mais uma rodada de inscrições para o programa Mais Médicos. Mas desta vez, a iniciativa não abrange a região Sul de Santa Catarina, mantendo a dificuldade dos municípios em contratar profissionais.

De acordo com a secretária de Saúde de Içara, Jaqueline Dos Santos, o município não se encaixa nesse edital divulgado recentemente, pois ele é específico para áreas restritas com alta vulnerabilidade social. Dessa forma, Içara continua precisando contratar sete médicos para preencher o quadro do programa no município.

Como medida para repor parte do quadro de médicos pertencentes ao programa, o Governo de Içara continua mantendo, com orçamento próprio, três médicos para que o atendimento nas unidades de saúde não seja comprometido. Em um ano, o impacto financeiro relacionado a esses três médicos contratados será de R$ 1,2 milhão.

“Toda a região está com falta de médicos. A maior dificuldade é achar médico disponível para trabalhar nas unidades 40 horas por semana”, afirma a secretária de Saúde de Içara, Jaqueline Dos Santos.

Segundo ela, existe uma pressão secretários e dos conselhos de secretários a nível estadual e nacional para que o Governo Federal se posicione sobre o programa Mais Médicos e sobre a reposição dos profissionais em todos os municípios. “Até agora a gente não teve um posicionamento oficial”, diz.

Contratos

Outra preocupação está relacionada ao contrato de cada médico do programa Mais Médicos que estão vigentes. Como eles têm duração de três anos, conforme o tempo de contrato chegue ao fim, os médicos estão sendo respectivamente desligados, sem renovação até o momento.

“Se eles (Governo Federal) não repõem, isso gerará mais problema, pois em caso de saída dos 14 médicos, o impacto financeiro fica em torno de R$ 3,3 milhão ao ano. Esse déficit financeiro acaba impactando diretamente o orçamento municipal”, ressalta.

Conforme a secretária, está sendo feito um remanejamento dos profissionais para não deixar nenhuma unidade sem médico. “Em vez de ficarem cinco dias por semana na unidade, os médicos ficam quatro dias e assim todos ficam revezando para que aquela unidade que não teria médico possa ter médico por pelo menos quatro dias por semana”, explica.

A expectativa das secretarias municipais de saúde da região gira em torno da formatura da turma de medicina da Unesc, onde haverá novos médicos recém-formados em que há possibilidade de serem contratados para atuarem nos municípios da região.