Clima esquentou

O que se imaginava uma votação tranquila e com virtual aprovação por unanimidade terminou com tensão no legislativo de Criciúma. Na pauta, o projeto apresentado pelo prefeito Vagner Espíndola que cria um novo modelo de abordagem à população em situação de rua em Criciúma. Um dos itens trata da internação compulsória, involuntária. O projeto é um desdobramento da ação desenvolvida pelo prefeito naquelas 21 horas em que passou invisível em meio à população de rua da cidade e que ganhou publicidade na última semana. O prefeito foi até o legislativo para acompanhar de perto as discussões. No horário político, falas acaloradas e elogiosas se seguiram. Na hora de colocar na pauta, o PL reagiu. Pediu que houvesse uma reunião extraordinária de comissões para só então ir para a pauta. Isso não aconteceu. O tom subiu e, nos corredores, o clima esquentou e quase foi à via de fatos. O prefeito deixou o local irritado. Na prática, com todo respeito aos parlamentares do PL, a briga foi desnecessária e o desgaste também. Até o fechamento da coluna, ainda se discutia uma sessão extraordinária ainda na segunda-feira (4) para votar o projeto.

Prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou na segunda-feira (4) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpra prisão domiciliar. A medida foi motivada pelo descumprimento reiterado de medidas cautelares, especialmente o uso indireto de redes sociais por meio de aliados e filhos parlamentares.

Medidas determinadas:

• Tornozeleira eletrônica obrigatória, com monitoramento via satélite

• Proibição de visitas, salvo familiares diretos, advogados ou pessoas autorizadas pelo STF

• Apreensão de todos os celulares da residência para impedir acesso a redes sociais

A decisão do ministro aponta que Bolsonaro burlou as cautelares por meio de postagens de terceiros, promovendo conteúdos com incentivo a ataques ao STF e apoio à intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro. A Polícia Federal cumpriu as ordens, realizou buscas e apreendeu um aparelho celular na casa do ex-presidente. A prisão domiciliar substitui as restrições anteriores, como o recolhimento domiciliar parcial, e reforça a intenção de impedir a continuidade das práticas investigadas.

Corda esticada

A advogada Gabriela Schelp avaliou a decisão do Supremo, no fim da tarde de ontem, na Cidade em Dia. “Claro que há exageros, mas o ex-presidente descumpriu recomendações. Eles esticaram a corda e pagaram para ver, e isso tem um foco. Eles estão reagrupando a direita com foco no ano que vem”, argumenta Gabriela Schelp. “Claro que isso vai tensionar, e muito, o clima para o processo eleitoral do ano que vem”, pontua.

Proteção às pequenas

O empresário e ex-presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), César Smielevski, assume interinamente a presidência da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). Seu período na presidência da entidade iniciou ontem (4) e se estenderá até 24 de agosto, durante a licença do presidente Elson Otto. Em entrevista à Cidade em Dia, ele ressaltou a preocupação com o tarifaço de Donald Trump. “Principalmente porque os grandes conseguem fazer seus lobbies, mas os pequenos sofrem. Então esse é o foco. Aqui no Sul temos a cerâmica e a produção de mel, que será duramente impactada”, projeta.

Qualificação

A Prefeitura de Criciúma, por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Assistência Social, está com inscrições abertas para o programa Criciúma + Qualificação. A iniciativa oferece cursos gratuitos de capacitação profissional em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com foco na geração de renda, no fortalecimento da economia local e no estímulo ao empreendedorismo. “Vamos ofertar a qualificação e, em seguida, estimular também que abram seus negócios e possam gerar emprego e renda para si e para outros. Teremos os cursos de manutenção de ar-condicionado e manutenção de mecânica industrial agora, e em novembro dois cursos ligados à construção e ao setor da confecção”, pontua o secretário Thiago Fabris.

Pesquisa

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Içara realizou, na última semana, uma pesquisa de preços de combustíveis nos postos da cidade. De acordo com a coordenadora do Procon, Silvia Mendes, a gasolina comum, um dos combustíveis mais consumidos, apresentou uma diferença de até 6,2% entre o menor e o maior valor. O preço mais baixo foi encontrado por R$ 5,79 o litro. Já o valor mais alto foi registrado a R$ 6,15. “Eu estou determinada a reforçar esse trabalho de fiscalização e de pesquisa porque é uma ação que permite aos nossos consumidores economizar. Está claro que quem caminha, quem bate perna consegue comprar mais barato”, afirma a coordenadora do Procon de Içara, Silvia Mendes, a Marreca.