Moradores dos bairros Comerciário e Pio Corrêa planejam fechar ruas e acionar Ministério Público contra cobrança de 1,8 mil vagas
Criciúma
A partir de 17 de março, 1.800 novas vagas de estacionamento rotativo entrarão em vigor nos bairros Comerciário, Pio Corrêa e Centro de Criciúma, gerando protestos de moradores que exigem o cancelamento da medida. Enquanto a prefeitura defende a ampliação como “democratização de espaços públicos”, comunidades organizam manifestações e enviarão ofício ao Ministério Público (MP) para barrar a cobrança.
Impasses e reivindicações
Na última sexta-feira (7), moradores do Comerciário reuniram-se com o diretor da Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT), Frank Bez Fontana, na Praça Abelle Colle, para exigir o adiamento da cobrança até após audiência pública marcada para 27 de março. “Estamos desde janeiro pedindo diálogo, mas o prefeito não nos recebeu”, afirmou Fátima Guimarães, presidente da Associação de Moradores do Bairro Comerciário (Ambac). A comunidade alega falta de transparência sobre benefícios do sistema e ameaça bloquear ruas antes do dia 17.
Frank Bez Fontana reconheceu a insatisfação, mas reforçou o cumprimento do contrato com a empresa Gerestar, firmado em 2021: “Somos legalistas. A cobrança foi adiada de 3 para 17 de março justamente para adaptação”. A prefeitura já finalizou a pintura das vagas, que incluem Zona Azul (até 2 horas) e Zona Verde (até 5 horas), em 46 ruas.
Justificativa do prefeito
O prefeito Vagner Espíndola (PSD) defendeu a medida em entrevista à Rádio Eldorado: “É democratização: mais motoristas poderão estacionar perto de comércios, hospitais e escolas”. Ele vinculou a expansão ao crescimento urbano: “Criciúma se expande horizontalmente, e o rotativo é comum em cidades médias e grandes”.
Esta é a segunda tentativa de ampliação em 2024. Em janeiro, placas sinalizando novas vagas foram retiradas após protestos. Agora, além do ofício ao MP, vereadores locais apoiam a mobilização. “Não somos contra o rotativo, mas queremos entender seus impactos”, reforçou Fátima.
Enquanto a prefeitura insiste no calendário, a tensão promete escalar: a cobrança começa em 17 de março, mas a audiência pública só ocorrerá dez dias depois. Para moradores, o diálogo chegou tarde.
Lista completa das ruas afetadas
- Rua Desembargador Pedro Silva
- Rua Joaquim Nabuco
- Rua Padre Cícero
- Rua José Ferreira Laz
- Rua Borba Gato
- Rua José Bonifácio
- Rua Gonçalves Ledo
- Avenida Victor Meireles
- Rua Dom Pedro II
- Rua Dom Pedro I
- Rua Celestina Zilli Rovaris
- Rua Melvin Jones
- Rua Giacomo Sônego
- Rua Vitório Serafim
- Rua Athílio Bristot
- Rua Palamede Milioli
- Rua Agrimensor Cassimiro Milioli
- Travessa Germano Magrin
- Rua Osvaldo Aranha
- Rua Cecília Darós Casagrande
- Rua Treze de Maio
- Rua Bulcão Viana
- Rua Urussanga
- Rua Dom Jaime de Barros Câmara
- Rua José do Patrocínio
- Rua Fernão Dias
- Rua Ari Barroso
- Rua Leone Perassoli
- Rua Dr. Henrique Chenaud
- Rua Artur de Souza
- Rua Constante Casagrande
- Rua Sete de Setembro
- Rua Pedro Rodrigues Lopes
- Rua São Marcelino Champagnat
- Rua Guerra Junqueira
- Rua Vidal Ramos
- Rua Coelho Neto
- Rua José Gaidzinski
- Rua Júlio Gaidzinski
- Rua Mário de Andrade
- Rua Gonçalves Dias
- Rua Arlindo Guidi
- Avenida Humberto de Campos
- Rua Monteiro Lobato
- Rua Ézio Lima
- Avenida Centenário – Sentido Içara
- Avenida Centenário – Sentido Forquilhinha