Fenômeno de fraca intensidade pode afetar agricultura e causar chuvas irregulares no estado
Da Redação
Meteorologistas da Epagri/Ciram e da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) emitiram na segunda-feira (14) uma nota conjunta alertando sobre a possibilidade de um evento de La Niña de fraca intensidade em Santa Catarina, entre fevereiro e abril de 2025. O fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das águas na região equatorial do Oceano Pacífico, pode gerar chuvas irregulares e acumulados abaixo da média, especialmente no Grande Oeste catarinense.
Segundo os especialistas, o resfriamento no Pacífico, monitorado desde julho e intensificado em dezembro, registrou temperaturas 0,7°C abaixo da média. Embora essa condição já tenha atingido o limiar necessário para caracterizar o La Niña, ainda não há consenso sobre sua permanência nos próximos meses.
Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, destaca os possíveis impactos na agricultura. A estiagem leve observada no Oeste desde dezembro pode prejudicar a segunda safra de soja, que enfrenta déficit hídrico. “Ainda estamos dentro da janela ideal de semeadura, mas a falta de chuva pode atrasar o plantio e reduzir o potencial produtivo da cultura”, alerta Haroldo. Ele recomenda que os agricultores monitorem a previsão do tempo para aproveitar as melhores condições de umidade no solo.
Por outro lado, a cultura do milho apresenta resultados mais positivos. “As primeiras colheitas indicam produtividade satisfatória e uma produção dentro da normalidade”, afirma Haroldo.
A seca, classificada como moderada a fraca em dezembro, afeta o Oeste e o Planalto Sul, conforme o Índice Integrado de Secas do Cemaden. Essa situação reflete a precipitação irregular observada desde o segundo semestre de 2024, quando os acumulados ficaram abaixo da média climatológica em alguns meses.
Apesar da previsão de chuvas irregulares e estiagem leve, os modelos climáticos sugerem que o La Niña terá curta duração, com retorno à normalidade esperado após abril. As autoridades pedem atenção às atualizações climáticas para mitigar os impactos no estado.
