Além da reeleição, governador anda negociando apoio do MDB e PP para chapa e controle da Alesc

Da Redação

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), iniciou articulações políticas com o MDB e o PP, visando sua reeleição em 2026. Apesar de uma recente derrota em Criciúma, onde o candidato apoiado pelo prefeito Clésio Salvaro (PSD) saiu vitorioso, Mello busca fortalecer sua posição para o próximo pleito estadual. As negociações começaram a ganhar forma com o convite a líderes do MDB para expandirem sua participação no governo, uma proposta que influencia diretamente a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), prevista para fevereiro de 2025.

Na terça-feira (22), líderes do MDB se reuniram em Florianópolis para discutir o convite do governador, que envolve a ampliação do espaço do partido no governo estadual. Atualmente, o MDB comanda a Secretaria de Infraestrutura, com o deputado Jerry Comper, e pode assumir também a Secretaria de Agricultura, sob responsabilidade do deputado Antídio Lunelli. O partido, no entanto, busca maior autonomia nas pastas que assumiria, já que considera a atual gestão da Infraestrutura limitada em poder decisório.

A figura de Antídio Lunelli, empresário e deputado do MDB, emerge como peça-chave nas negociações. Além de negociar as condições para o MDB, Lunelli pode se tornar o candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Jorginho Mello. Outra possibilidade que vem sendo discutida é uma chapa com o PL e o MDB para o governo, enquanto o PP ficaria responsável por disputar o Senado.

Se essa aliança se concretizar, o impacto seria direto nas eleições da Alesc. Jorginho busca consolidar o apoio das bancadas do PL, MDB e PP, que juntas somam 21 votos. Esse bloco seria suficiente para garantir a reeleição do atual presidente da Alesc, Mauro de Nadal, mantendo o controle da Assembleia nas mãos do MDB. A estratégia, além de fortalecer a coalizão para 2026, representaria uma derrota significativa para o deputado Júlio Garcia (PSD), que também pleiteia a presidência da Alesc.

Júlio Garcia, que já anunciou que não disputará a reeleição como deputado estadual em 2026, poderia encerrar sua carreira política ocupando a presidência da Assembleia. No entanto, a aliança entre PL, MDB e PP enfraqueceria essa possibilidade, fortalecendo a posição de Jorginho Mello no cenário político catarinense.

Desde as articulações para as eleições municipais, o governador vem buscando estratégias para minimizar a força de seus adversários. Entre os principais oponentes, estão o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, e o deputado Júlio Garcia, ambos com potencial para disputar o governo estadual em 2026. Embora tenha falhado em seu objetivo inicial de eleger Ricardo Guidi em Criciúma, Mello continua traçando alianças para enfraquecer seus rivais e consolidar sua campanha de reeleição.