Gestores são acusados de peculato, corrupção e compra de votos na Cooperaliança, em Içara
Içara
Quinze pessoas ligadas à Cooperaliança, concessionária de energia em Içara, foram indiciadas pela Polícia Civil na quinta-feira (10). A investigação revelou suspeitas de peculato, corrupção ativa e passiva, além de irregularidades relacionadas à gestão da empresa. As apurações apontam que os envolvidos teriam utilizado recursos e materiais da concessionária para fins pessoais e políticos.
Entre os crimes investigados estão a compra de votos durante as eleições internas, falsificação de documentos, uso indevido de dados protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e direcionamento de compras com valores superfaturados. Há também indícios de que o dinheiro da empresa foi utilizado para financiar reformas de comitês eleitorais, além de práticas de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e participação em organização criminosa.
As autoridades policiais mencionaram que a influência política dentro da concessionária é evidente e contraria os princípios que deveriam nortear a gestão pública. “Constatado o total viés político que a empresa concessionária está inserida, em total desrespeito aos princípios norteadores da administração pública, não está descartada a possibilidade de novas fases da operação”, afirmou no inquérito a Polícia Civil.
As investigações foram conduzidas por uma equipe especializada de Içara, com suporte técnico do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro do Sul (LAB-Sul). O inquérito será encaminhado nos próximos dias ao Poder Judiciário, que o remeterá ao Ministério Público para dar continuidade ao processo. O delegado Rafael Iasco é o responsável pela condução do caso e pela coleta de provas documentais e análise de dados.