Defesa de Clésio Salvaro busca revogação de prisão preventiva na Operação Caronte; ex-secretário Bruno Ferreira e suplente de vereador Jefferson Monteiro também estão no julgamento de soltura

Criciúma

A Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) julgará nesta quinta-feira (12) o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), e o ex-secretário de Assistência Social, Bruno Ferreira, ambos envolvidos na Operação Caronte, que investiga fraudes em licitações e corrupção em contratos de serviços funerários na cidade.

A sessão começa às 9h e inclui sustentações orais das defesas dos réus, sendo a última oportunidade para a defesa de Salvaro tentar reverter a prisão preventiva decretada no início de setembro. “A expectativa da defesa é a recuperação da liberdade, já que não há elementos suficientes para incriminar o prefeito”, afirmou o advogado de Salvaro, Cesar Abreu.

Salvaro foi preso em 3 de setembro e está detido no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí. Bruno Ferreira, por sua vez, está no Presídio Santa Augusta desde 5 de agosto, quando foi preso na primeira etapa da operação, que resultou em 17 prisões preventivas.

Até o momento, a votação no TJSC está 3 a 0 pela manutenção da prisão do prefeito. No entanto, os desembargadores ainda podem reverter o resultado durante a sessão desta quinta, após as sustentações orais. “A rigor, pode haver mudança de entendimento, mas a tendência é que os votos sejam mantidos”, observou uma fonte do tribunal.

A Operação Caronte investiga crimes de organização criminosa, corrupção e fraudes em licitações. Segundo as investigações, o esquema envolvia irregularidades na concessão de serviços funerários em Criciúma e outras cidades do estado, como Florianópolis e São José. Salvaro e Ferreira são apontados como líderes do esquema.

O advogado de Bruno Ferreira, Franco Mônego, também expressou sua expectativa em relação ao julgamento, afirmando que, mesmo que a prisão seja mantida, “não mediremos esforços para restabelecer a liberdade de Jefferson Monteiro”, suplente de vereador e também envolvido na operação. Monteiro será julgado nesta mesma sessão.

A operação já resultou em diversas prisões, incluindo advogados e servidores públicos, e suas consequências devem impactar a política local. As denúncias indicam um esquema de desvio de recursos públicos e favorecimento ilícito de empresas contratadas para prestar serviços essenciais à população.

Caso o TJSC mantenha as prisões preventivas, a defesa de Salvaro e Ferreira poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, até lá, ambos permanecerão detidos, aguardando a decisão final da justiça sobre os crimes que lhes são atribuídos.