O sentimento pela dança faz alguns alunos da Cia. Jovem de Balé de Içara se deslocarem de outros municípios
O balé é uma linguagem da arte que encanta. Os movimentos, a música e todo o conjunto da obra visam buscar encantar e proporcionar momentos inesquecíveis para quem assiste. Em Içara, a Cia. Jovem de Balé é a principal referência de crianças e adolescentes que querem aprender os ofícios da dança e tem despertado interesse e admiração de muitas pessoas.
Um destes casos é do estudante João Alcides Telles. O jovem bailarino de 17 anos percorre uma longa distância todos os dias. Morador de Gravatal, ele vem a Içara para participar das aulas, que são realizadas na Fundação Municipal de Cultura e Esportes (FMCE). “Cheguei a jogar vôlei, mas não me sentia completo. A dança é um trabalho que envolve amor, trabalho e dedicação de todos. Me sinto feliz”, comentou.
João dança desde os 13 anos e a cinco meses participa das atividades de balé. Para ele, a dança é algo que se tornou essencial na vida. “Estou aqui por conta do incentivo do professor Lucas e é uma atividade que não consigo mais me imaginar sem fazer”, explicou.
A dança que faz com que João venha à Içara, se torna o mesmo motivo pelo qual a jovem Analisse Feltrin venha ao município. De Cocal do Sul, ela explica que o balé foi algo que entrou em sua vida e foi lhe cativando. “Entrei para arrumar postura e fui me apaixonando. O Balé é uma arte linda e que me orgulho em poder aprender todos os dias”, pontuou.
Competições
Analisse é uma das bailarinas que já tiveram a oportunidade de representar o município em diferentes competições. O professor Lucas Fernandes, que há quatro anos trabalha com a oficina em Içara, realiza a divulgação dos trabalhos para diferentes festivais, mostrando o potencial dos alunos içarenses.
“É um trabalho que poucas cidades desenvolvem e Içara está se tornando conhecida pela dança e ficamos felizes com a participação em diferentes competições”, pontuou.
A Cia. Jovem já participou de competições no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e em diferentes cidades de Santa Catarina garantindo bons resultados. Alguns resultados renderam prêmios com bolsas de estudos para fora do Brasil, em países como Uruguai e Estados Unidos. “Essa valorização para nós é muito bom. Temos apoio da Prefeitura, dos pais e da comunidade, mas por conta do alto custo para viagem nesses países, fica difícil irmos”, avaliou.
Por conta disso, a experiência de outros lugares já chegaram nas aulas do professor. Bailarinos renomados de diferentes locais já estiveram se apresentando e trocando experiências. “É muito importante o convívio com outros profissionais, com carreiras consagradas, em que podem colaborar muito com o aprendizado deles”, completou o professor.
Ensaio e dedicação
Muitas das participações do Balé de Içara em competições são realizadas por meio de inscrição por vídeo. Durante o período de preparação para as diferentes etapas que acontecem, a equipe treina com frequência para sempre buscar o melhor resultado.
“Queremos sempre o melhor. Ensaiamos de segunda a sábado, mas quando temos competições, treinamos nos domingos também, visando o melhor, que envolva crescimento na dança e também pessoal, para que todos se sintam bem”, colocou o professor.
Mudança de vida
As aulas de Balé Clássico, alongamento e flexibilidade, técnicas, ensaios e jazz e contemporâneo acontecem na FMCE. De acordo com o coordenador de cultura, Harlan Mello, a dedicação dos envolvidos reforça a importância do trabalho. “São muitas horas de treino, planejamento e dança em que eles buscam aperfeiçoar as técnicas e mostrar o que a dança tem de melhor”, pontuou.
Na avaliação da presidente da FMCE, Maria Tereza Chagas, a dança ajuda também a transformar vidas. “A dança é uma bonita arte, muda o comportamento, traz conhecimento e é gratificante ver Içara e eles brilhando em competições pelo Brasil todo, trazendo prêmios e vibrando com cada conquista”, pontuou.
As oficinas de arte são desenvolvidas gratuitamente pela FMCE e inscrições são realizadas uma vez ao ano.