A Polícia Civil apreendeu R$ 7 milhões em cheque, mas os desvios podem chegar à ordem de R$ 30 milhões
Tubarão e Região
A Polícia Civil desencadeou na manhã de ontem (4) a Operação Dark Shark, cumprindo 27 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão temporária, em razão de investigação que apura fraudes em licitações em Tubarão, Capivari de Baixo, Pescaria Brava e Jaguaruna.
“A investigação iniciou em 2021. Passamos a analisar contratos de prefeituras desde 2017 a 2022 e alguns contratos continuam vigentes. Esses contratos foram frutos de empresários que receberam cerca de R$ 30 milhões e passaram a se dedicar para ganhar licitações, voltadas a parte de setor de iluminação dos municípios. Eles passaram a migrar para outros contratos se valendo do ímpeto de ganhar contratos com administração como fornecimento de madeira, tinta e até mesmo sementes agrícolas”, afirmou o delegado Ricardo Leal, da Delegacia de Polícia da Comarca (DPCo) da região Sul de Santa Catarina.
Conforme o delegado, durante as investigações identificou-se um grupo de empresários que eram responsáveis por fraudar o caráter competitivo dos procedimentos licitatórios, sendo 51 contratos. “Esse grupo estava fraudando o caráter competitivo a fim de afastar os demais concorrentes. Eles ganhavam a licitação e depois fraudavam a entrega do tipo de serviço, do produto e geraram um prejuízo aos municípios”, ressaltou.
Seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira e todas prestarão depoimento durante a tarde de hoje. “Foram apreendidos R$ 320 mil em espécie e R$ 7 milhões em cheques. Vamos apurar os documentos para a partir dai dar andamento na investigação”, acrescentou o delegado.
As ordens judiciais foram cumpridas nas sedes das empresas, residências dos investigados e nas prefeituras. Os mandados foram cumpridos nos municípios de Tubarão, Capivari de Baixo, Pescaria Brava, Jaguaruna e Laguna.
A ação policial contou com aproximadamente, 90 policiais civis da DEIC, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, da Delegacia de Polícia da Comarca (DPCo) de Forquilhinha, da DIC de Laguna, da DIC de Araranguá, da DPCo de Imbituba e da Polícia Científica.
O nome da operação “Dark Shark” foi escolhido pelo fato de que em um dos contratos ocorreu, supostamente, a troca de todas as lâmpadas do município em exíguo espaço de tempo, indicando, assim, que, em certo momento, o município teria ficado às escuras.
Pescaria Brava nega contrato com empresa investigada
Na sequência da Operação Dark Shark, a prefeitura de Pescaria Brava declarou que não mantém contrato com a empresa de iluminação investigada pela Polícia Civil. A prefeitura também afirmou que nenhum servidor municipal foi alvo dos mandados de busca e apreensão e reiterou seu compromisso com a transparência.
Tubarão sobre a apreensão de documentos
A Prefeitura de Tubarão emitiu uma nota após a Polícia Civil executar mandados de busca e apreensão no prédio da prefeitura, como parte da Operação Dark Shark. Enfatiza que todos os pedidos dos agentes foram atendidos de forma transparente.