Município de Criciúma precisou buscar água em Cocal do Sul para abastecer hospitais e UPAs
Criciúma
A Prefeitura de Criciúma, a Câmara Municipal e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental (Cisam-Sul) estão unidos em busca de respostas da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) sobre a falta de água na cidade nos últimos dias. Em reunião realizada na manhã de ontem (31), membros dos três setores definiram cobranças para o órgão.
“Estamos analisando todas as situações para cobrar e responsabilizar a Casan pelo que estamos passando e de forma para atuar sobre a cobrança realizada pelo órgão. O rompimento de adutoras pode acontecer e é normal, o que não pode é a gente ficar sem o menor atendimento por parte da companhia. A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital São José ficou sem água, assim como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), asilos, presídios, e a Casan tem que dar uma resposta imediata quando o problema acontecer”, explicou o vereador Nícola Martins.
Conforme o parlamentar, a Prefeitura de Criciúma vai notificar a Casan, que terá até um mês para apresentar um plano de emergência e contingência. “Esse plano serve para que, se acontecer um problema como o do último fim de semana, saibamos quais são as prioridades como os hospitais. A Casan precisa atender esses lugares com caminhão-pipa, por exemplo”, comentou.
Martins afirmou que a Casan não trouxe respostas sobre a falta de água. “O governo de Criciúma buscou água em Cocal do Sul com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e isso não é serviço da prefeitura. A Casan tem que apresentar um plano”, destacou. A agência reguladora já notificou a Casan e até dia 2 de fevereiro a Companhia precisa apresentar os problemas técnicos dos últimos dias para a Cisam-Sul. “A agência vai realizar as análises para caso haja necessidade de multa”, ressaltou.
Nícola Martins afirmou que a Câmara de Vereadores de Criciúma vai protocolar nesta quarta-feira, dia 1 de fevereiro, uma Comissão Especial para que todos os envolvidos tragam dados ao Legislativo sobre a falta de água. “Não teremos neste primeiro momento Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Montaremos uma Comissão Especial para saber quanto a Casan lucra, quanto é o gasto operacional, como está sendo realizado o trabalho. Vamos atuar em conjunto, ou seja, agência reguladora, Prefeitura de Criciúma e Câmara Municipal”, detalhou Martins. “O Fórum de Entidades de Criciúma (Forcri), Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Observatório Social e todos aqueles que podem nos ajudar a levar as informações à sociedade serão convidados para participar”, completou.
A Casan será convidada para participar e repassar informações sobre a Companhia. “Se eles não cooperarem com informações, não descartamos criar uma CPI, pois a Comissão convida e a CPI convoca. A população não está satisfeita e queremos um plano”, finalizou.
Além do vereador Nícola Martins, participaram da reunião no Paço Municipal de Criciúma o prefeito Clésio Salvaro, o superintendente do Cisam-Sul, Antonio Willeman, e o diretor técnico operacional do Cisam-Sul, Vilmar Tadeu Bonetti.