Novos casos de doenças respiratórias estão lotando hospitais e sobrecarregando o sistema
Da Redação
O governador Carlos Moisés voltou a fazer um apelo à população para que busque as vacinas contra doenças respiratórias disponíveis no sistema de saúde. O chefe do Executivo estadual enfatizou que dados da Secretaria de Estado da Saúde indicam que o alto índice de internações hospitalares está diretamente ligado à baixa cobertura vacinal de crianças, adultos e idosos.
“Temos vacinas disponíveis, seguras e eficientes contra a Covid-19 e contra a gripe. Novos casos de doenças respiratórias estão lotando hospitais e sobrecarregando o sistema. Em dois anos de pandemia, o Governo mais que dobrou o número de leitos na rede pública, estamos abrindo mais 82, e não tem sido suficiente diante da demanda. Vamos nos prevenir, nos cuidar e proteger quem está a nossa volta, principalmente crianças e idosos. Se você ainda não tomou as vacinas, procure um posto de saúde e faça a sua imunização”, reforçou o governador.
A cobertura vacinal da gripe está em 52% nos grupos prioritários, mas já chegou a mais de 90% em anos anteriores. Ao todo, 1.298.792 doses foram aplicadas até sexta-feira, 10.
Também há redução na busca de imunização contra Covid-19. Atualmente, mais de 5,8 milhões de catarinenses completaram o esquema primário de vacinação, o que equivale a 86,1% da população vacinável. Porém, apenas 47,1% da população acima dos 18 anos recebeu a dose de reforço, que está liberada para este público desde 20 de novembro de 2021.
O principal alerta é para a população acima dos 50 anos. Segundo os dados do boletim epidemiológico da Covid-19, dos 77 óbitos por Covid em maio deste ano, 71 deles (92%) foram de pessoas dessa faixa etária. Nessa população, o esquema primário de duas doses ou dose única alcançou 98,2%, mas a cobertura da primeira dose de reforço ficou em 66,5%. Além disso, desde a semana passada, uma segunda dose de reforço passou a ser recomendada para uma maior proteção deste público-alvo, e menos de 10% das pessoas aptas já a recebeu.
Mais 82 leitos pediátricos e neonatais
Nesta semana, foram abertos 6 novos espaços de UTI neonatal e 8 de cuidados intermediários pediátricos. Esses são apenas os primeiros 14 dos 82 leitos previstos entre pediátricos e neonatais que farão parte dos atendimentos do serviço único de saúde.
Os novos leitos foram divididos entre a Grande Florianópolis, Meio-Oeste e Serra. São 5 UTIs neonatal no Hospital Hélio dos Anjos Ortiz, em Curitibanos, e 1 leito de UTI neonatal no Hospital Infantil Joana de Gusmão, que também ganhou 8 leitos de cuidados intermediários pediátricos.
Além dos leitos para os pacientes infantis, no dia 13 serão abertos 10 novos leitos de UTI adulto e 17 de enfermaria instalados no Hospital Florianópolis. Com este incremento, o estado passará a contar com 756 unidades de terapia intensiva adulto.
Eficácia da vacinação contra Covid
Passado um ano e meio do início da vacinação contra a Covid-19, mais de 14,9 milhões de doses já foram aplicadas em Santa Catarina. Com isso, houve uma importante redução na gravidade da doença, refletido na queda do número de hospitalizações e mortes.
A campanha de vacinação contra a Covid-19 teve início em janeiro de 2021. Até junho de 2021, pouco mais de 857 mil catarinenses já tinham completado o esquema primário de vacinação, o equivalente a 12.7% de cobertura da população vacinável. Considerando o período de janeiro de 2020 a junho de 2021, já tinham sido registrados 1.101.413 casos de Covid-19, com 62.418 hospitalizações e 17.928 óbitos.
A partir de julho de 2021, foram registrados 655.795 casos de Covid-19, com pouco mais de 16.951 hospitalizações e 3.971 óbitos. Ou seja, a partir do momento que a campanha de vacinação começou a avançar no Brasil, houve uma redução de 40% nos casos, de 73% das hospitalizações e de 78% dos óbitos por Covid-19, mesmo com a presença de novas variantes, como a Delta e Ômicron, ainda mais transmissíveis que as anteriores.
Agora, a campanha de imunização entra em nova fase. O foco se dá principalmente nas doses de reforço, que comprovadamente aumentam a proteção contra o Coronavírus.
Ao longo de dois anos e meio de pandemia, o coronavírus apresentou uma imensa capacidade de mutação, o que fez surgir diferentes variantes que foram responsáveis pelas grandes ondas pandêmicas. Destas, a variante Ômicron foi a responsável pelo grande número de casos registrados no início de 2022. No momento, uma subvariante da Ômicron, chamada BA.2, é responsável por quase que a totalidade dos casos novos. Ela é ainda mais transmissível que a original, e tem sido responsável por um aumento no número de casos graves e óbitos de pessoas com idade acima de 50 anos que não receberam as doses de reforço.
Portanto, a partir de agora, a melhor forma de se proteger contra uma possível nova onda de infecções pelo coronavírus é recebendo a dose de reforço, que deve ser aplicada para todas as pessoas a partir dos 12 anos de idade, e 4 meses após completarem o esquema vacinal primário. As pessoas acima de 50 anos devem receber uma segunda dose de reforço 4 meses após a primeira dose de reforço. Com isso, continuaremos mantendo os baixos índices de hospitalizações e mortes por Covid-19 no estado.