Segundo o criciumense Jessé Lopes, o período que deveria ser utilizado para trabalhar na base, é usado para viagens e descanso
O deputado estadual Jessé Lopes (PSL), de Criciúma, protocolou na Assembleia Legislativa (Alesc), uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) para acabar com o recesso parlamentar de meio de ano em Santa Catarina. Neste primeiro momento, ele conseguiu 15 assinaturas favoráveis ao projeto.
“O recesso remunerado estava sendo usado não para trabalho, mas para viajar, descansar. E isso não é certo. Pelo regimento, isso deveria ser utilizado para trabalhar na base. Não descansar”, afirmou o deputado.
Dos parlamentares procurados por Jessé para o projeto, 12 não quiseram assinar o pedido. “Todos que estiveram lá, eu pude conversar, propor a ideia. Tive bastante rejeição em relação a proposta, mas consegui o mínimo, que era 14, para dar continuidade ao projeto”, disse. “Alguns ali irão usar o recesso para fazer o certo, que é trabalhar na base, mas muitos não. O político está desmoralizado. A maioria da população não confia no político. São medidas para retomar a confiança do eleitor. Por isso eu bato bastante na tecla da transparência, economia”, afirmou.
Assinaturas
Assinaram com Jessé o pedido de fim do recesso de meio de ano os deputados Ana Caroline Campagnolo (PSL), Bruno Souza (PSB), Coronel Onir Mocellin (PSL), Felipe Estevão (PSL), Ismael dos Santos (PSL), Jair Miotto (PSC), José Milton Scheffer (PP), Laércio Schuster (PSB), Marcius Machado (PR), Marlene Fengler (PSD), Maurício Eskudlark (PR), Nilso Berlanda (PR), Padre Pedro Baldissera (PT) e Sargento Carlos Lima (PSL).
Dos deputados consultados por Jessé, 12 não quiseram assinar o pedido: Ada de Luca (MDB), Fabiano da Luz (PT), Fernando Krelling (MDB), Ivan Naatz (PV), Jerry Comper (MDB), João Amin (PP), Luiz Fernando Vampiro (MDB), Mauro de Nadal (MDB), Nazareno Martins (PSB), Rodrigo Minotto (PDT), Ricardo Alba (PSL) e Sérgio Motta (PRB). Os demais 13 deputados não foram localizados em tempo pelo autor.
Polêmicas
Além do projeto, Jessé Lopes ganhou maior visibilidade estadual nesta semana. Primeiro, foi revelado que ele foi o parlamentar que gerou maior economia no primeiro trimestre. Ele economizou um total de R$ 313.187,48, proveniente da verba que é disponibilizada pela Assembleia Legislativa para cada deputado, custando aos cofres públicos apenas R$ 1.656,68, ao longo do período.
Já na terça-feira, ele se envolveu em uma polêmica, ao votar contra um projeto de lei contra o assédio sexual e a cultura do estupro em órgãos públicos. Na ocasião, ele afirmou que atrair estupradores é uma “escolha” da mulher.
“Se você quiser andar na rua com a sua sainha, com seu shortinho, com seu decote, ótimo. Se você quer chamar a atenção de estupradores, você sabe os riscos que está correndo. Se você se deparar com essa situação, lamento”, disse Jessé na Alesc.
Ontem, o deputado se explicou, mas manteve a posição. “Essa tese eu defendo. Primeiro, não existe cultura do estupro no Brasil. Ao afirmar isso, é dizer que todos os homens vão se aproveitar de uma roupa curta. Existe, sim, marginais que cometem esse crime. E eu não culpo a vítima por usar uma roupa chamativa. Mas cabe a prevenção de saber onde usar. É uma forma de prevenção. Saber onde usar. É o que eu diria para minha filha, minha esposa, minha mãe”, afirmou, à Rádio Difusora.