Em entrevista ao Jornal Gazeta, secretário Acélio Casagrande destaca ações e projetos da pasta
Criciúma
O primeiro caso de Covid-19 em Criciúma foi confirmado no dia 20 de março de 2020. Daquela data até a tarde de ontem, a cidade registrava 525 óbitos pela doença e mais de 33 mil pacientes com diagnóstico positivo, dos quais 32 mil já recuperados. Para atender a toda esta demanda, a Secretaria Municipal de Saúde precisou reunir esforços, a fim de manter os atendimentos de outras especialidades, além de trabalhar nas ações de prevenção e cuidar das pessoas infectadas pelo coronavírus. Em paralelo, as equipes de gestão atuam no planejamento de melhorias e construção de novas unidades de saúde. Em entrevista ao Jornal Gazeta, o titular da pasta, Acélio Casagrande, destaca os esforços e os projetos em andamento.
Jornal Gazeta: Mesmo com os desafios impostos pela pandemia, a Secretaria de Saúde de Criciúma realizou ações que foram destaque, inclusive, nacionalmente. O que já foi feito e o que está em andamento no combate ao coronavírus?
Acélio Casagrande: Acabamos virando referência nacional, desde o início, com o Centro de Triagem. Da mesma forma, nos preparamos com uma estrutura semelhante a um hospital de campanha, porém, melhor que em muitos municípios que colocaram em campos de futebol. Compramos o Hospital do Rio Maina, com toda uma estrutura de leitos de retaguarda, isolamento e tratamento Pós-Covid, ou seja, um Centro de Reabilitação. Hoje, o espaço tem academia e todos os equipamentos de ponta, que detectam a fragilidade pós-covid e os profissionais atuam para a recuperação. Além disso, realizamos uma testagem em massa, inicialmente com testes rápidos e, atualmente, com o exame de antígeno. São muitas ações de isolamento e tratamento.
Gazeta: Quais foram os desafios impostos pela pandemia e a necessidade de manter os servidores da saúde motivados, mesmo com uma demanda tão alta?
Casagrande: Esse foi o maior desafio de todos: manter os profissionais motivados e na atividade Muitos se afastaram, ficaram preocupados. Trabalhamos ainda para manter medicamentos e profissionais em cada local, além das ações voltadas à prevenção e isolamento. Os desafios foram todos os possíveis.
Gazeta: Mesmo com a pandemia em alta, existe uma demanda por vários outros tipos de atendimentos. O que está sendo feito para atender a estes pacientes?
Casagrande: Temos ações inovadoras a cada dia, buscando monitoramento com sistemas via robôs, Telecovid, presencial e domiciliar. Trabalhamos incessantemente para conciliar e buscar vacinas. Atuamos diariamente para tentar viabilizar leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), inclusive numa responsabilidade que não seria do Município, já que hospitais e UTIs são de responsabilidade do Estado e, mesmo assim, acabamos indo buscar alternativas para ajudar.
Gazeta: Anos atrás, era comum a notícia que os hospitais filantrópicos enfrentavam problemas para receber recursos do Estado. Este problema ainda existe? De que forma o Município acompanha a situação?
Casagrande: Recursos têm vindo do Governo Federal. Esses valores vêm do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde. Do Estado, temos uma parceria, buscando sempre o diálogo e pactuando ações. Essa articulação a nível estadual e nacional é fundamental a qualquer momento.
Gazeta: Apesar dos esforços voltados ao combate à pandemia do novo coronavírus, outras ações continuam. O que está em andamento, em relação a obras e melhorias na Rede Municipal de Saúde?
Casagrande: Estamos nos preparando com sistemas inovadores de informática, para agilizar consultas via WhatsApp. Da mesma forma, que os retornos com especialistas não precisem entrar na mesma fila. Outra maneira de garantir rapidez nos atendimentos é mostrar os resultados de exames com tecnologia informatizada. Em paralelo, trabalhamos em projetos de novas unidades básicas de saúde, para os bairros Santa Bárbara, Brasília, São Luiz, Urbano, Linha Batista e Santo Antônio. Nosso objetivo é reestruturar o sistema, preparando uma Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas (UPA) para a região do grande Rio Maina, que será entregue em janeiro de 2022, e a reforma total do 24 Horas da Boa Vista, que será transformado numa unidade ainda mais eficaz. Temos um planejamento de reformulação e adequação na questão da humanização do atendimento.