Em pronunciamento, Carlos Moisés diz que pedirá agilidade nas investigações envolvendo processo de compra
Florianópolis
O governador Carlos Moisés concedeu entrevista coletiva ontem (22) sobre a decisão da justiça de encaminhar o processo que apura o procedimento de compra de respiradores pelo Governo do Estado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na conversa com jornalistas na Casa D’Agronômica, o governador afirmou que não teve nenhuma participação nos trâmites da compra e que vai pedir agilidade nas investigações.
“O governador e o cidadão Carlos Moisés da Silva têm interesse que a verdade venha à tona o quanto antes possível. Eu tenho uma história ilibada como homem público, a justiça e o cidadão catarinense sabem quem eu sou. Estou absolutamente tranquilo de que a própria justiça com a envergadura que tem trará a verdade sobre os fatos, e eu me empenharei pessoalmente para que isso ocorra de maneira célere”, afirmou Carlos Moisés.
Durante a entrevista, o governador destacou as medidas de enfrentamento à pandemia de coronavírus que incluíram, principalmente, o decreto de isolamento social de forma antecipada. Carlos Moisés ainda lembrou que Santa Catarina ficou em primeiro lugar no ranking CLP, no desempenho de combate ao novo coronavírus.
“Nós sabíamos que seria necessário comprar os equipamentos, mas não é atribuição de um governador indicar como e de quem. No primeiro indício de irregularidade, foi o próprio governador quem determinou sindicâncias e a ação policial para apurar as responsabilidades”, frisou Moisés.
Ele também ressaltou a indignação por seu nome ter sido usado indevidamente no processo de compra. Por fim, o governador destacou que Santa Catarina tem comprovadamente- a melhor gestão de combate à Covid-19 no Brasil, e reforçou que o Governo seguirá firme no enfrentamento da pandemia e no objetivo de fazer entregas aos catarinenses em todas as regiões.
Moiés tinha ciência da necessidade da compra dos respiradores, mas garantiu que não participou do processo de aquisição. “Precisava respiradores para novos leitos. Sabia que havia sobrepreço, uma prática comum na época. Sabíamos que no dia 20 (de abril) que não houve a entrega. O que começou a nos trazer preocupação foi a não entrega e tomamos todas as medidas para, ou que os aparelhos fossem entregues, ou o dinheiro devolvido. É importante que se apure os verdadeiros culpados desta situação”, comentou.
Sobre as três menções descritas pelo juiz Elleston Lissandro Canali, Carlos Moisés diz que não conhece as pessoas que teriam o citado e volta a alegar que não participou da compra. “Acho que todos estes nomes eram desconhecidos dos catarinenses e meus. Em nenhum momento eu negociei compra de respiradores, ou conversei com alguém. Não conheço essas pessoas. Só conheci nos jornais as empresas citadas. Acho muito estranho a conversa enviada por alguém ser relevante. Não diz sequer quem é o governador. Só converso com empresários quer querem investir em Santa Catarina. Faço isso diariamente. Sequer no tema respirador alguma empresa fez contato com o governador. Tínhamos tantas responsabilidades que a compra era só um detalhe. Neste fato se cria uma narrativa que não tem fundamentação. As pessoas falam em nome do governador inclusive para celeridade até mesmo em proveito próprio”, salientou.
Uso político da investigação
Carlos Moisés disse acredita que o fato será usado politicamente. “Isso vai ser usado politicamente, com certeza. Já está sendo usado politicamente. A nossa resposta é o trabalho. Já estamos fazendo isso. Hoje setores do governo estão dando mais resultados. Respostas que são de fato empregar o dinheiro público onde tem que ser empregado. Colocamos pessoas de carreira e não políticos. Contra fatos não há argumentos. O nosso governo tem que chamar atenção de muita gente pelo resultado que ele dá”, relatou.
“Nosso compromisso é com Santa Catarina em todas as situações: trabalho e austeridade com o dinheiro público. Não abriremos mão deste posicionamento”, finalizou.