O mundo mudou, e é um período de profunda reflexão, um momento de refletir não pelo que temos, mas pelo que somos, olhar para quem amamos e o que de fato valorizamos, perceber a importância das coisas pelas quais o dinheiro não compra. Buscar pelo ser e não pelo ter. A questão do isolamento social, além de algo novo, é também muito difícil de lidar, pois é evidente que não estamos habituados a tal comportamento, nós seres humanos, precisamos do outro, do calor do outro, do abraço do outro, do amor do outro.
Mas é no meio da crise que a vida renasce, e tudo ganha um novo sentido. Senso de direção. Que você descubra novas formas de passar o teu amor, a tua bondade a tua compreensão e a tua consideração. Lembrando que ninguém veio para esse mundo somente de passagem. Sintonize a bússola da vida com um lugar onde você realmente quer chegar, para que sua vida tenha real sentido.
Só a topo se houver base, e qual seria a base de todo e qualquer topo? A vida!!! Sobreviver para exercer o bem viver, fazer o bem sem olhar quem. Um dos comportamentos que voltaram a fazer sentido, a doação, as pessoas doaram-se para si e para os outros, elas além de olharem mais para o seu interno, puderam também voltar seus olhos para os seus vizinhos, para o idoso do seu bairro ou da sua vila, para suas crianças, que agora podem brincar com seus pais pois estes tem mais tempo de qualidade com seus filhos, que estes também possam valorizem os professores e percebam sua real importância e seu fundamental papel, atitudes como a empatia voltaram a fazer parte do repertório das capacidades humanas, muitos comportamentos já esquecidos, talvez pelo corre-corre, ou pela vida frenética em que estávamos habituados a levar, estão de volta como se ética e moral fossem moda. A felicidade não é o destino, ela é o caminho.
E ele chegou, com toda pompa e circunstância, o tal vírus conseguiu fazer tudo isso, parou o mundo, parou para que pudéssemos recomeçar, e compreender o que de fato é essencial. Que nos seja garantido que essa crise, esse sofrimento e essas milhares de mortes não sejam em vão. Que os nossos olhos além de olhar com mais carinho para os nossos “velhos” e as nossas crianças, possam também olhar para o enfermeiro, o médico, o gari, o policial, os atendentes de supermercados, os nossos mineiros, os agricultores, nosso aplauso e nosso muito obrigada, e que possamos nos focar na preservação do bem maior que é a vida e a dignidade humana.
E o que será essencial para a plenitude da vida, depois de superada a primeira etapa que é permanecer vivo? Quais são as tuas escolhas primordiais? No tempo que não era adequado o distanciamento social e você já estava de quarentena do teu semelhante, e sobre o teu isolamento emocional, antes dessa necessidade de ficar afastado fisicamente, “sextou” para o teu pensamento e para as tuas possibilidades de repensar, o que é de fato essencial pra você?
Giseli Barbara, psicóloga e coach, mestre em Ciências da Saúde
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