Conversas na Assembleia Legislativa de Santa Catarina ontem envolveram depoimentos e documentos
Agência AL
A queda de 23% da receita estadual em maio e o depósito de R$ 320 mil da Veigamed para a empresa MMJS, concorrente da primeira na dispensa de licitação fraudulenta dos respiradores, ganharam destaque na sessão de quarta-feira (10) da Assembleia Legislativa.
“Santa Catarina está pagando um preço altíssimo pelas atitudes erradas do governo, o vírus vem de fora, as medidas tinham de ser tomadas até antes de 27 de março, como barreiras sanitárias, o que não precisava era fechar tudo, foram menos de 23% no mês de maio”, destacou Milton Hobus (PSD).
Hobus comparou os estados do Sul e concluiu que o Rio Grande do Sul e o Paraná, que não adotaram regras de isolamento social tão rigorosas quanto Santa Catarina, tiveram proporcionalmente menos mortes.
“O Paraná registrou 2,3 óbitos para cada 100 mil habitantes e Santa Catarina 2,54 óbitos”, informou o representante de Rio do Sul. Sargento Lima (PL) concordou com o colega e lembrou que o bem estar social custa dinheiro.
“Não se compra respiradores com boa intenção, não se compra máscaras com sorrisos, ou ambulâncias com abraços fraternais, esse tipo de demanda custa, a gente não faz a folha rodar com boas intenções, é com trabalho”, afirmou Lima, que sugeriu ao Executivo mudança na forma de comprar. “Uma fragilidade que salta aos olhos de qualquer um”.
Já o deputado Bruno Souza (Novo) denunciou que no processo de dispensa de licitação dos respiradores foram incluídos dois orçamentos a posteriori, sendo um deles da empresa MMJS, que depois recebeu R$ 320 mil da Veigamed.
“Um dos orçamentos colocados a posteriori, da empresa MMJS, incluído no sistema às 21 horas, não tinha CNPJ, nome, referência, dados mínimos, mesmo assim foi incluído, sem assinatura, só que agora, devido às investigações, é uma das 56 empresas que recebeu da Veigamed. A Veigamed ganha da MMJS e depois faz um depósito de R$ 320 mil para a empresa derrotada”, descreveu Bruno.
O deputado cobrou a demissão diretor de Licitação e Contratos da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “O diretor que incluiu essa empresa continua na diretoria de Licitação. É um prêmio por não ter visto nada? Deixo a pergunta para os senhores”.