Casuarina se espalhou fortemente por Arroio do Silva, pode preocupar também no Rincão

Balneário Arroio do Silva

A Prefeitura de Balneário Arroio do Silva intensificou as ações para combater o avanço da casuarina (Casuarina equisetifolia), árvore exótica invasora que ameaça a biodiversidade local. O problema, identificado principalmente nas áreas próximas às dunas, motivou um inquérito civil público do Ministério Público Federal e resultou na criação de um grupo de trabalho municipal.

As medidas incluem a remoção das árvores, o aproveitamento do material retirado e a recuperação das áreas afetadas com vegetação nativa. “Precisamos que a população entenda que as casuarinas não são inofensivas. Elas promovem a perda da biodiversidade local, prejudicando flora e fauna devido à produção de compostos que inibem o crescimento de outras espécies vegetais”, alertou a diretora de Meio Ambiente, engenheira Agda Felisberto.

Espécie introduzida e impactos

Originária do Sudeste Asiático e da Austrália, a casuarina foi trazida ao litoral sul catarinense em projetos de paisagismo e contenção de dunas. A espécie se adaptou bem ao ambiente arenoso, mas sua rápida dispersão pelo vento permitiu que ocupasse dunas e restingas. Ao formar densos povoamentos, a árvore elimina a luz do solo e altera a composição química, dificultando o crescimento de espécies nativas como a palmeira Butia catarinensis.

O Decreto nº 132/2025 reconhece oficialmente a casuarina como invasora, determinando sua retirada de praias, áreas de preservação permanente e espaços de vegetação nativa. A Resolução do Consema nº 08/2012 e a Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) reforçam a proibição da disseminação de espécies que causem danos à fauna, flora ou ecossistemas.

Além da erradicação, a Prefeitura prevê ações educativas em escolas e unidades de saúde. O objetivo é ampliar a conscientização da comunidade, especialmente porque a casuarina também foi registrada em municípios vizinhos, como Balneário Rincão. Embora o caso no Rincão não tenha a mesma gravidade, a menção reforça a necessidade de vigilância regional diante da expansão da árvore invasora.

A expectativa é que, com a união das secretarias municipais e o apoio da população, seja possível recuperar as áreas degradadas e evitar novos impactos da espécie exótica no litoral sul catarinense.